A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, defendeu nesta segunda-feira reformas administrativas na Organização dos Estados Americanos (OEA) e a readmissão de Honduras na entidade.
Em uma reunião no Peru, ela disse que a OEA sofreu uma "proliferação de prioridades e mandatos que dilui seus esforços, drenam seu orçamento e diminuem sua capacidade." Segundo ela, a organização de 35 países precisaria voltar a ter foco em tarefas básicas, como monitoramento eleitoral.
"Todos sabemos que a OEA nem sempre cumpriu seus ideais fundadores. Todos sabemos que há um trabalho sério a ser feito para fortalecer a instituição", acrescentou ela.
Como exemplo negativo das divisões internas ela citou a suspensão de Honduras, em 2009, por causa de um golpe de Estado. Os EUA são favoráveis à readmissão do país, enquanto o Brasil e outros governos latino-americanos se opõem.
Segundo Hillary, o atual governo hondurenho, resultante de uma eleição realizada após o golpe, tem demonstrado um suficiente compromisso com a democracia.
"É hora de o hemisfério como um todo ir adiante e saudar Honduras de volta à comunidade interamericana. Ao mesmo tempo, precisamos encontrar formas de lidar com condições como a que levou ao golpe em Honduras, antes que se transformem em crises."
Hillary também fez um alerta sobre a situação financeira da OEA, que segundo ela precisa ser corrigida antes que o próximo orçamento comece a ser discutido, em setembro.
"Precisamos trabalhar juntos para reformar o orçamento da OEA e assumir a responsabilidade. O atual caminho é fiscalmente insustentável e ameaça a viabilidade da própria organização."
Os EUA contribuem com quase 60 por cento do orçamento da OEA, de cerca de 100 milhões de dólares. Hillary disse que o presidente Barack Obama pediu ao Congresso um aumento de 3 por cento neste ano, e que outros países deveriam fazer o mesmo.
O governo Obama enfrenta críticas na América Latina por causa da suposta demora em cumprir a reaproximação dos EUA com a região, que ele prometeu no começo do seu mandato.
Em fevereiro, o Grupo do Rio, que reúne gigantes regionais como México e Brasil, decidiu formar um novo grupo, espécie de OEA sem os EUA, o que tenderia a reduzir a influência de Washington no subcontinente.
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