A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se reuniu ontem por mais de uma hora com o líder do exército do Egito, o marechal Hussein Tantawi, após se encontrar no sábado com o novo presidente do país, Mohamed Mursi. As reuniões aconteceram em um momento em que a transformação da ditadura egípcia em um governo democrático parece estar sob risco.
O pedido de Hillary ao exército foi simples: trabalhar junto com os novos líderes islâmicos em uma ampla transição para regras civis. "Eles discutiram a transição política e o diálogo do conselho militar com o presidente Mursi", afirmou uma fonte do Departamento do Estado. "A secretária destacou a importância de proteger os direitos de todos os egípcios, incluindo mulheres e minorias", acrescentou. De acordo com a fonte, Tantawi se concentrou nas necessidades econômicas do Egito, destacando que "reencaminhar a economia" era "o que os egípcios mais precisavam neste momento" e as duas autoridades conversaram sobre planos de ajuda dos EUA. A ajuda compreende US$ 250 milhões de empréstimo para as pequenas e médias empresas, assim como a organização de um fundo americano-egípcio de US$ 60 milhões para as empresas.
Impasse
O conselho de generais de Tantawi está preso em um impasse político tenso com a Irmandade Muçulmana depois de reduzir os poderes do presidente eleito na véspera de sua posse, no mês passado, e reforçar a decisão de um tribunal de dissolver o Parlamento, dominado pelos islâmicos. Juntas, as atitudes criaram um clima em que ninguém tem certeza sobre quem está no controle e em que direção o Egito está caminhando.
Sem tomar partido nas disputas sobre o Parlamento e sobre como elaborar uma nova Constituição, Hillary pediu que Tantawi leve as forças armadas de volta a "um papel puramente de segurança nacional". Mas as críticas da secretária norte-americana foram limitadas. Ela elogiou o exército por defender vidas durante a revolta de fevereiro de 2011 contra o ex-presidente Hosni Mubarak e pelo progresso que o Egito fez durante o governo miliar interino, que incluiu eleições livres.
Não ficou claro se Hillary adotou um tom mais duro na reunião a portas fechadas com Tantawi ou sobre o que ela conseguiu dos generais, cuja desconfiança dos EUA é quase tão grande quanto a que sentem pela Irmandade Muçulmana.
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