Haia, Holanda - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, estenderam ontem a mão aos combatentes do grupo fundamentalista Taleban que rejeitarem a rede terrorista Al-Qaeda. A proposta de conciliação foi feita durante a conferência internacional sobre o Afeganistão, realizada em Haia.
Hillary disse que muitos dos combatentes do Taleban se aliaram a forças contra o governo afegão "mais por desespero" que por convicções, em um país assolado pela pobreza e falta de desenvolvimento. "A eles deveria ser oferecida uma forma honrada de reconciliação e de reintegração numa sociedade pacífica, se eles rejeitarem a violência, romperem com a Al-Qaeda e apoiarem a Constituição", disse Hillary Clinton.
Karzai disse que o sucesso contra os insurgentes "depende da estratégia que for trabalhada e compartilhada". Ele elogiou o anúncio feito por Obama na semana passada, de que os EUA enviarão mais tropas, instrutores militares e conselheiros civis
Washington começa a adotar de maneira cautelosa no Afeganistão uma estratégia que funcionou no Iraque, onde ex-rebeldes foram atraídos e uniram suas forças às norte-americanas e ao governo apoiado por Washington. O resultado no caso iraquiano foi a redução da violência.
Reconstrução
O Irã ofereceu apoio a projetos de reconstrução afegã, acenando positivamente ao convite norte-americano.
O país "está inteiramente preparado para participar de projetos de combate ao tráfico de drogas e alinhados com o desenvolvimento e a reconstrução, disse o vice-chanceler Mohammad Mehdi Akhundzadeh, representante de Teerã.
O diplomata iraniano se reuniu com o enviado especial dos EUA ao Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke.
Na semana passada, em mensagem "ao povo e aos líderes iranianos por ocasião do ano-novo persa, Obama pediu um "recomeço nas relações bilaterais. As relações tinham piorado no governo de George W. Bush, que incluiu o país no "eixo do mal e promoveu sanções ao programa nuclear iraniano.