A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, manifestou preocupação nesta terça-feira com as aquisições bélicas da Venezuela e com uma potencial corrida armamentista na América Latina.
"Temos manifestado preocupação com o número de aquisições bélicas venezuelanas. Elas superam todos os outros países da América do Sul e, certamente, despertam questões sobre se haverá uma corrida armamentista na região", disse Hillary a jornalistas depois de um encontro com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na segunda-feira a obtenção de um empréstimo russo de 2,2 bilhões de dólares para a compra de 92 tanques e de um avançado sistema antimísseis.
Neste mês, o governo venezuelano já havia provocado alarme em Washington ao anunciar a ampliação da sua cooperação energética com o Irã.
Nos últimos anos, a Venezuela adquiriu mais de 4 bilhões de dólares em armas da Rússia, inclusive 24 caças Sukhoi. Chávez diz que isso é importante para proteger a Venezuela e seus recursos petrolíferos.
Hillary pediu à Venezuela que seja mais "transparente" a respeito de suas políticas de aquisições de armas.
"Eles deveriam colocar em vigor procedimentos e práticas para garantir que as armas que eles compram não sejam desviadas para grupos insurgentes e organizações como quadrilhas de traficantes de drogas e outros cartéis", disse a secretária.
Chávez se diz ameaçado pelos EUA, o que Washington nega, e está rompido com a Colômbia por causa do recente acordo que amplia a presença militar norte-americana no país.
Uma importante fonte do Departamento de Estado disse, pedindo anonimato, que há tempos os EUA veem com preocupação a compra de armas pela Venezuela.
"É um acúmulo de um número de contratos que eles têm tido com países de fora do hemisfério", disse essa fonte, referindo-se à aproximação de Chávez com países com os quais os EUA têm atritos.
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