Hillary e o presidente chinês, Hu Jintao, em encontro no último sábado: pedido para que a China continue a financiar dívida americana| Foto: Oliver Weiken/AFP

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, encerrou ontem sua visita de 42 horas à China atendendo a um culto em um templo protestante, reunindo-se com representantes da sociedade civil chinesa e participando de um bate-papo online com internautas chineses.

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Em vez de visitar um dos milhares de templos cristãos clandestinos e perseguidos de Pequim, ela foi a uma igreja autorizada e dirigida pelo governo, no bairro universitário de Haidian – assim como o ex-presidente George Bush fez em agosto, durante a Olimpíada de Pequim.

Em sua reunião na embaixada, nenhum dissidente político. O chat na internet foi realizado na sede do jornal China Daily, principal publicação em inglês do governo chinês.

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Com exceção da ênfase em cooperação ambiental e na discussão do aquecimento global, a visita de Hillary à China não foi muito diferente das feitas por seus antecessores republicanos.Ela só falou de direitos humanos, mas sem criticar os anfitriões, quando questionada pelos poucos jornalistas autorizados pelo governo chinês a cobrir a visita. Hillary repetiu várias vezes que busca "mais colaboração e aprofundar as relações com a China’’.

Diplomatas chineses comemoraram a visita, dizendo que ela significa que a China já atingiu "outro patamar’’ aos olhos americanos e que não levará mais "reprimendas’’ em temas como os direitos humanos.

Na reunião organizada pela Embaixada, 22 feministas chinesas conversaram com Hillary sobre os direitos da mulher na China. A conversa foi descontraída e muitas lamentaram que ela não tivesse se tornado presidente dos EUA. Hillary gargalhou, satisfeita.

Uma das convidadas reclamou da mínima representação feminina nas altas estruturas do governo chinês e do Partido Comunista. "Todo governo precisa de mais mulheres’’, respondeu Hillary. Dez mulheres que não foram convidadas ao evento organizaram um pequeno protesto com cartazes em inglês relembrando o discurso de Hillary quando esteve em Pequim em 1995.

Ela era então primeira-dama americana e participava de uma conferência internacional sobre a mulher. Falou da importância dos direitos humanos e disse que não era justo que pessoas fossem presas apenas por apresentar pacificamente suas opiniões. As manifestantes erraram de endereço – o protesto foi na sede da antiga embaixada americana, fechada no ano passado. Hillary estava na nova, a muitos quilômetros dali.

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