Na corrida pela Casa Branca, a democrata Hillary Clinton conta com o apoio dos principais meios de comunicação, da maioria das mulheres, dos grupos minoritários, dos ecologistas e de Hollywood. O republicano Donald Trump, por sua vez, tem como aliados personalidades com Vladimir Putin, Julian Assange e Dennis Rodman.
A seguir, um resumo do jogo de força, surpreendente e pouco convencional, a poucos dias as eleições presidenciais americanas.
Fora do comum
“Esta é uma eleição muitíssimo confusa”, observa Gary Nordlinger, da Universidade George Washington, que considera Trump e Clinton os dois candidatos presidenciais mais impopulares da história dos Estados Unidos.
“E estão competindo um contra um o outro. Cada pessoa está competindo contra o único ser humano que pode derrotar”, assinala.
As grandes organizações americanas costumam apoiar candidatos mais afinados com sua tendência, destaca o acadêmico. Os ativistas a favor das armas promovem Trump e os ecologistas apoiam Hillary.
No entanto, mesmo que os cidadãos brancos de classe média se inclinem para o magnata, Hillary conseguiu convencer os republicanos com formação universitária que não suportam a ideia de que Trump chegue à presidência.
Mas há outras forças em jogo.
Rússia de Putin
Os Estados Unidos acusaram formalmente a Rússia de Vladimir Putin de hackear os e-mails de instituições e personalidades públicas americanas com o aparente objetivo de perturbar a eleição.
Isso incluiria o ataque cibernético sofrido pelo Comitê Nacional Democrata na véspera da convenção do partido em em julho, que representou uma grande dor de cabeça para Hillary.
Alguns argumentam que o presidente russo tem suas razões para preferir Trump como líder dos Estados Unidos.
O magnata sugeriu que poderá reconhecer a anexação da Crimeia pela Rússia, elogia Putin e defende laços mais próximos com Moscou, questionou o apoio dos Estados Unidos à Otan e defende uma política externa que poderá fazer com que país fique isolado, com menos liderança no mundo.
Putin, enquanto isso, acusa Hillary de ter incentiva os protestos em massa em 2011 na Rússia, quando era secretária de Estado, depois que a oposição disse que as eleições russas foram manipuladas.
“O presidente Putin quer respeito e o que o move é a vingança”, afirma Nordlinger.
Assange e WikiLeaks
Assange, fundador da organização a favor da transparência WikiLeaks, é um feroz crítico de Hillary.
“Tenho anos de experiência em relação a Hillary Clinton e li milhares de telegramas”, escreveu em fevereiro. “Hillary carece de julgamento e levará os Estados Unidos a guerras estúpidas e sem fim, que prolongarão o terrorismo”.
O WikiLeaks publicou e-mails do Comitê Nacional Democrata que deixaram Hillary em uma posição ruim - alguns mostraram que sua equipe havia trabalhado para prejudicar seu adversário Bernie Sanders nas primárias -, e forçaram a renúncia de seu presidente.
A organização também revelou os correios eletrônicos que continham os discursos apagados que Hillary deu a banqueiros de Wall Street.
Assange se nega a dizer se a Rússia facilitou a ele o conteúdo das mensagens.
A vingança também está no centro da questão, assegura Nordlinger. Em sua opinião, Assange culpa o presidente Barack Obama e Hillary por forçá-lo a passar os últimos quatro anos trancado na embaixada do Equador em Londres, para evitar ser preso e extraditado para os Estados Unidos, depois de vazar milhares de informações sigilosas do governo americano.
Evangélicos apoiam
Os evangélico americanos tradicionalmente representam um sólido bloco para os republicanos pela oposição do partido ao aborto e apoio aos valores conservadores.
Mas as acusações de conduta sexual inapropriada feitas por várias mulheres contra Trump provocaram inúmeros protestos nos últimos dias e talvez tenha sido a pior tempestade atravessada por sua campanha. No entanto, muitos líderes evangélicos continuam apoiando o magnata.
Isso se deve aos fortes laços que o Partido Republicano tem com os valores religiosos e a importância que dá à família e principalmente porque não gostam de Hillary, de acordo com David Gushee, professor de Ética Cristã na Universidade Mercer da Geórgia.
“Trump ainda tem que definir-se ante os evangélicos, escreveu Gushee esta semana na publicação Religion News Service.
“Para os cristãos, essa questão ainda não foi resolvida. Apesar de tudo. Esta é a história religiosa desta eleição”.
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