A adoção de novas sanções contra o Irã não pode ser hipótese descartada se não houver algum movimento para balancear sua corrida nuclear, afirmou o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, em nota do Kremlin.

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Em entrevista à revista semanal alemã Der Spiegel, divulgada na íntegra pelo Kremlin, Medvedev confirmou que a Rússia está preparada para ajudar nos trabalhos de enriquecimento de urânio do Irã, desde que Teerã concorde com um plano operado pelas Nações Unidas (ONU) para resolver o impasse acerca das pretensões nucleares de Teerã.

"Se a liderança do Irã tomar uma posição menos construtiva, teoricamente tudo é possível", afirmou Medvedev. "Não quero que tudo isso termine com a adoção de sanções internacionais, porque elas, via de regra, levam a uma complexa e perigosa direção". A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, é tida como um participante-chave nas discussões com o Irã, em razão dos laços políticos e econômicos entre os dois países.

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Também hoje, a agência de notícias semioficial do Irã, Isna, informou que o importante legislador conservador Alaeddin Boroujerdi criticou a possibilidade de o país enviar urânio para enriquecimento em outro país. A rejeição aumenta a pressão sobre o governo para recusar a proposta da ONU, que pretende acalmar os ânimos internacionais sobre o programa nuclear iraniano.

Boroujerdi disse que o Irã não embarcará seu urânio pouco enriquecido sob qualquer circunstância. O Irã já havia sinalizado que poderia concordar em enviar apenas "parte" de seu estoque, em diversos carregamentos. O legislador acredita, no entanto, que Teerã deveria realizar todo o enriquecimento necessário, procedimento que pode transformar o urânio tanto em combustível nuclear quanto em armas militares.