Catálogo
Livros publicados no Brasil:
1955 O Enterro do Diabo; A Revoada
1961 Ninguém Escreve ao Coronel; A Má Hora; O Veneno da Madrugada
1962 Os Funerais da Mamãe Grande
1967 Cem Anos de Solidão; Isabel Vendo Chover em Macondo
1970 Relato de um Náufrago
1972 A Incrível e Triste História de Cândida Eréndira e sua Avó Desalmada; Olhos de Cão Azul
1975 O Outono do Patriarca
1981 Crônica de uma Morte Anunciada
1985 O Amor nos Tempos do Cólera
1986 A Aventura de Miguel Littín; Clandestino no Chile
1989 O General em Seu Labirinto
1992 Doze Contos Peregrinos
1994 Do Amor e Outros Demônios
1996 Notícia de um Sequestro; O Verão Feliz da Senhora Forbes
2002 Viver Para Contar
2004 Memória de Minhas Putas Tristes
Fonte: Agência Estado
Fatos da vida
Primeiro conto de García Márquez saiu em 1947, no jornal El Espectador, sendo apresentado como "o novo gênio da literatura colombiana".
Anos 1940
Década marcada por boemia e pouco dinheiro, vivendo em pensões baratas de bairros pouco recomendáveis. Gabo se uniu a um grupo de estudos de Barranquilla, que se reunia diariamente na livraria de um grande intelectual, Ramón Vinyes. Ele assinava uma coluna no El Heraldo e discutia literatura com os colegas, falando principalmente sobre as obras de Albert Camus, John dos Passos e William Faulkner, esse último a grande influência literária do escritor, assumida na autobiografia, Viver para Contar, e mesmo antes, no discurso que fez ao receber o Nobel, em 1982.
Anos 1950
Enquanto escrevia seu primeiro romance, provisoriamente chamado La Casa, voltou ao povoado onde viveu os primeiros anos, Aracataca, para vender a casa dos avós, com quem passou parte da infância. Lá, teve uma espécie de epifania, ao perceber que o povoado sonolento e empoeirado que conheceu quando criança não guardava semelhanças com o que via. Mudou o título do romance e criou, então, a cidade fictícia de Macondo.
Anos 1960
Década difícil para Gabo. Como correspondente de El Espectador na Europa, recebia atrasado e passou por sérias dificuldades financeiras. Já havia escrito Ninguém Escreve ao Coronel (1958) quando sua situação ficou parecida com a do oficial do livro, à espera de uma carta que finalmente garantisse seu sustento até o fim da vida. Já casado e com dois filhos, nos anos 1960, viajou pelo sul dos EUA, mas não conseguiu visto de permanência por ser filiado ao Partido Comunista. Fiel ao comunismo e aliado dos cubanos, criou em Cuba um curso de cinema.
Depois de semanas internado com infecção pulmonar e das vias urinárias, morreu ontem, aos 87 anos, o escritor colombiano Gabriel García Márquez, ganhador do prêmio Nobel de literatura de 1982. Ele estava em casa, na Cidade do México, onde viveu por mais de 30 anos nos últimos deles, enfrentando problemas sérios de memória.
A família, com exceção do irmão Jaime García Márquez, evitou vincular seus problemas de saúde ao mal de Alzheimer. A última aparição pública de García Márquez, ou Gabo, como era chamado pelos amigos íntimos, foi em seu aniversário, em 6 de março. Ele sorriu para os jornalistas, mas não falou com a imprensa.
Figura mais popular da literatura hispânica desde Cervantes, García Márquez ficou conhecido como um dos pais do realismo mágico, gênero literário desenvolvido nos anos 1960 e 1970 e caracterizado pela inclusão de elementos fantásticos no cotidiano ordinário.
De todos os seus livros, cujas vendas alcançaram mais de 50 milhões de cópias, o mais lido certamente é Cem Anos de Solidão (1967), épico sobre uma família fictícia, Buendía, numa cidade imaginária, Macondo.
Nele, o escritor mescla lembranças pessoais a acontecimentos extraordinários, antevendo o próprio drama pessoal que enfrentaria na velhice (uma cidade inteira perde a memória no livro).
Ele é autor também de O Outono do Patriarca, Ninguém Escreve ao Coronel, Crônica de Uma Morte Anunciada e O Amor nos Tempos do Cólera, seus romances mais populares. Gabo também é associado aos nomes mais representativos do chamado new journalism, corrente do jornalismo marcada pela liberdade com que são retratados fatos reais, à qual pertence o norte-americano Tom Wolfe.
Aos 20 anos, Gabriel García Márquez mudou-se para Bogotá, onde estudou Direito e Ciências Políticas sem, no entanto, obter o diploma, começando a trabalhar um ano depois como repórter do jornal El Heraldo, em Barranquilla. Ele também foi crítico do El Espectador, antes de partir para a Europa, em 1961, como correspondente estrangeiro. Sua obra jornalística completa foi publicada no Brasil pela editora Record.
Em 1967, com Cem Anos de Solidão, ele conquistaria o mundo literário, recebendo do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) seu maior elogio: "É o melhor romance escrito em castelhano desde Cervantes". Seu último livro foi publicado em 2004, Memória de Minhas Putas Tristes.
Cinema 1
García Márquez se dizia um "cineasta frustrado". Ele esteve envolvido com o cinema ao longo de quase toda a vida. O cinema retribuiu o afeto, levando para as telas mais de 20 adaptações de suas obras literárias.
Cinema 2
Estudando cinema na Itália, ele aprendeu muito, mas colocou pouco em prática e dizia que sua experiência no cinema se resumiu à função de terceiro assistente em um filme de Alessandro Blasetti, afastando do set os curiosos.
Cinema 3
Durante as filmagens, ele conheceu Sophia Loren no auge da beleza. Ele não diz que filme era, mas pela época pode ser tanto Bela e Canalha quanto A Sorte de Ser Mulher (La Fortuna di Essere Donna), ambos de 1955.
Cinema 4
Rodrigo García, filho de Gabo, se tornou diretor de cinema e fez filmes que têm pouco a ver com o universo criado pelo pai, como Destinos Ligados (2009). Será que Rodrigo encararia adaptar a obra-prima Cem Anos de Solidão?
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