O presidente da França, François Hollande, anunciou nesta segunda-feira (31) que Manuel Valls, atual ministro do Interior, substituirá Jean-Marc Ayrault como primeiro-ministro do país.
A nomeação de Valls, espanhol de nascimento, foi anunciada através de um pronunciamento do chefe do Estado transmitido pela televisão no dia seguinte a uma histórica derrota do Partido Socialista (PS) nas eleições municipais da França.
Em mensagem de sete minutos, poucas horas depois de Ayrault renunciar, Hollande agradeceu a "coragem e abnegação" com a qual o agora ex-premiê conseguiu "restabelecer uma situação muito degradada" e disse ter entendido a mensagem de "descontentamento e decepção" enviada pelos eleitores.
"Não há mudança suficiente, não há suficiente emprego, ainda há desemprego demais, ainda há muitos impostos, e ainda há muitas dúvidas sobre a capacidade de nosso país de seguir em frente. É a mensagem que me enviaram e que recebo pessoalmente", declarou o presidente.
Hollande anunciou que hoje foi aberta "uma nova etapa" com um governo "de combate" e mais enxuto (no atual há 38 ministros e ministros delegados) que Valls dirigirá com três objetivos: devolver à França sua força econômica, se concentrar na justiça social e aumentar o poder aquisitivo dos franceses.
"São as empresas que criam emprego. A maior injustiça é o desemprego. É decisivo para o futuro de nosso país produzir mais na França, e de forma diferente", acrescentou Hollande, que prometeu uma "diminuição de impostos" e dos tributos pagos pelos trabalhadores "daqui até 2017".
O presidente da França, que em 2012 derrotou o conservador Nicolas Sarkozy, ressaltou que "a recuperação do país é indispensável" e passa por renovar o "aparelho produtivo", sanear as "contas públicas" e reconquistar a "influência na Europa e no mundo".