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Repercussão

Hollande anuncia plano de choque contra fraudes financeiras

O presidente da França, François Hollande, declarou guerra aos paraísos fiscais com a divulgação de novas medidas para combater fraudes financeiras e aumentar a transparência no país. O anúncio veio à tona na semana seguinte ao de um escândalo que envolveu seu ex-ministro da Fazenda, Jérome Cahuzac, que admitiu ter contas não declaradas no exterior. Buscando restaurar a confiança dos franceses, o presidente disse que vai intensificar a luta contra a corrupção.

Segundo o plano de choque de Hollande, os bancos franceses devem publicar anualmente uma lista de todas as suas filiais estrangeiras, e explicar a natureza de sua atividade. Já os ministros da França deverão revelar bens pessoais a partir da próxima segunda-feira. Também será nomeada uma promotoria especializada em casos financeiros.

"Os bancos franceses terão de publicar todos os anos a lista completa de suas subsidiárias no mundo, país por país. E eles vão indicar o que estão fazendo", disse o líder francês em uma coletiva nesta quarta-feira. "Em outras palavras, não será possível para um banco ocultar transações realizadas em um paraíso fiscal."

O presidente não especificou, porém, o que exatamente será pedido aos bancos, além do que eles já informam. Atualmente, os bancos franceses, incluindo o BNP Paribas e o Société Générale, publicam nomes, participações societárias e os locais de suas unidades em todos os mercados, incluindo em países que cobram impostos baixos. Um projeto de lei para coibir negócios de maior risco dos bancos também exige que as instituições forneçam mais detalhes operacionais de país a país, incluindo sobre pessoal e receitas.

"Pelo bem do povo francês, nosso objetivo é assegurar que seus governantes, aqueles que elegeram, não estão ficando mais ricos no decurso do seu mandato", justificou Hollande, que defendeu a expansão das medidas a toda a Europa para acabar com o segredo bancário e a fuga de capitais.

Para a oposição, a medida não evitaria casos como o de Cahuzac. O líder da UMP, Jean-François Copé, acusou Hollande de não fazer uma autocrítica, e de jogar sobre toda a classe política as consequências do escândalo com o ex-ministro.

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