O presidente da França, François Hollande, afirmou nesta quinta-feira que quaisquer atos antimuçulmano ou antissemita devem ser "severamente punidos" ao mesmo tempo em que pediu calma em relação às crescentes tensões religiosas, após os piores ataques terroristas das últimas décadas no país.

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Com 120 mil integrantes das forças de segurança nas ruas para evitar novos ataques, o nervosismo aumentou durante a noite, quando um carro atropelou uma policial que fazia a segurança do palácio presidencial. O incidente no Palácio de Eliseu aparentemente não tem ligação com os ataques da semana passada e deve ter sido um acidente, disseram promotores e policiais.

As tensões estão elevadas na França desde que 17 pessoas e três terroristas morreram durante as ações da semana passada. Tudo começou com um ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo. Vários dos funcionários mortos da publicação eram enterrados nesta quinta-feira. O jornal havia recebido várias ameaças por suas caricaturas, que mostravam o profeta Maomé.

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Dois dos homens que realizaram os ataques contra o jornal afirmaram ter ligações com a Al-Qaeda no Iêmen. Um outro homem, que atacou um mercado de comida kosher, disse pertencer ao grupo Estado Islâmico.

Os ataques aconteceram numa atmosfera de crescente antissemitismo na França e levaram a ataques dispersos contra locais muçulmanos em toda a França, num aparente revide. As ações também colocaram muitos muçulmanos franceses na defensiva.

Hollande disse em discurso que os milhões de muçulmanos franceses devem se protegidos e respeitados "assim como devem respeitar o país" e seus valores estritamente seculares.

"Atos anti-islâmicos, assim como o antissemitismo, não devem ser apenas denunciados, mas severamente punidos", declarou Hollande nesta quinta-feira no Instituto do Mundo Árabe, em Paris.

Lembrando que os muçulmanos são as principais vítimas da violência extremista, ele disse que "contra o terrorismo, estamos todos unidos".

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Durante a noite, um carro com quatro pessoas a bordo pegou uma rua de mão única no sentido contrário e fugiu, quando uma policial tentou pará-lo. A policial teve ferimentos leves nas pernas, informou a polícia. Duas pessoas foram detidas mais tarde, mas as outras duas fugiram .

Autoridades de inteligência dos Estados Unidos e da França parecem inclinadas a concluir que os ataques em Paris foram inspirados na Al-Qaeda, mas não diretamente supervisionados pelo grupo. Nesse caso, as ações violentas recaem na categoria das investidas locais, que são extremamente difíceis de detectar e de impedir.