O presidente da França, François Hollande, prometeu neste domingo (17), durante uma homenagem às sete vítimas de um terrorista islamita em Toulouse e arredores há um ano, que a justiça fará de tudo até esclarecer as falhas que permitiram a realização dos atentados, os quais chamou de "diabólicos".
"Deve-se uma resposta às famílias e a toda França", declarou o chefe de Estado francês durante um discurso pronunciado na Prefeitura de Toulouse, no sudeste do país.
Foi um dos momentos de maior emoção do tributo nacional às vítimas de Mohammed Merah, francês de origem argelina, de 23 anos, que matou sete pessoas antes de se confessar membro da Al Qaeda e ser morto pela Polícia.
Hollande reconheceu que, passado um ano, ainda persiste a dúvida se a tragédia poderia ter sido evitada e prometeu: "o Estado não mostrará nenhuma fraqueza nem nenhuma negligência no momento de conhecer exatamente os fatos, determinar as responsabilidades e possíveis cumplicidades".
O presidente francês se perguntou se o terrorista atuou sozinho ou teve auxilio financeiro. Isso porque após os ataques foi divulgado que o criminoso estava nos radares dos serviços de segurança e tinha viajado várias vezes para campos de treinamento no Afeganistão e no Paquistão.
Em discurso sóbrio, o chefe de Estado comemorou a unidade dos franceses diante dos crimes de um homem "inspirado pelo ódio e que não representa ao islã".
Nos dias 11, 15 e 19 de março de 2012, Merah assassinou um militar em Toulouse, outros dois soldados na vizinha Montauban e o professor de religião do colégio Ozar Hatorá e rabino Jonathan Sandler, de 30 anos de idade, junto a dois de seus três filhos, de quatro e cinco anos.
Nesse ataque, também foi assassinada a filha do diretor da escola, de oito anos de idade, pondo fim a uma série de crimes que levaram à suspensão temporária da campanha eleitoral à Presidência francesa, em que Hollande saiu vencedor.
Na madrugada do dia 21 de março, o jovem foi encurralado pela Polícia em casa, em um bairro residencial de essa cidade. Merah foi morto após mais de 30 horas de negociação na qual admitiu ter efetuado os massacres em nome da Al Qaeda.
Durante a homenagem, Hollande afirmou que as vítimas da escola foram mortas por serem judias e garantiu que a França não permitirá nenhum tipo de ações antissemitas.
O presidente ainda defendeu a estratégia antiterrorista do Governo e vinculou a luta contra o terrorismo com a intervenção francesa no Mali para frear o avanço de extremistas islamitas.
Para concluir a terceira visita a Toulouse desde que chegou ao Palácio do Eliseu, em junho passado, Holande plantou uma magnólia como símbolo "de fortaleza e dignidade" e se reuniu a portas fechadas com os familiares dos mortos.
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