O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, disse neste domingo (19) que Nicolas Sarkozy em 2007 não prometeu somente "fazer melhor que os gregos", depois que o atual presidente assegurasse em seu primeiro comício que durante sua gestão a França "escapou de uma catástrofe".
"A França conheceu uma crise e ninguém nega isso. Em 2007, quando se apresentou aos franceses, Sarkozy não disse que faria apenas melhor que os gregos. Ele disse que aumentaria o poder aquisitivo de seus cidadãos", assinalou Hollande em entrevista ao vivo ao "BFM TV".
O candidato socialista, de 57 anos, disse que "seu projeto é seu equilíbrio" e lamentou que tenha iniciado uma campanha "com violência" e "agressividade".
"O que (Sarkozy) disse neste domingo é a justificativa do que fez, mas não apresentou nenhuma proposta nova", completou o socialista.
Hollande, criticado por Sarkozy por se apresentar como um liberal diante da imprensa britânica, assegurou que é "a favor das finanças a serviço da economia", mas ressaltou que esta se transformam em "adversário" quando "vive da economia".
Em relação à economia, Hollande reconheceu que, independente da linha de Governo, terá que fazer inúmeros esforços para saber quem assumirá os esforçar para regularizar a situação.
Segundo o candidato do Partido Socialista (PS), o peso da economia cairá "sobre as grandes fortunas, sobre os grandes salários e sobre as grandes empresas", algo diferente da proposta de Sarkozy, que pretende aumentar o imposto sobre o valor agregado, uma taxa aplicada diretamente ao consumo.
"Quando Sarkozy se apresenta como um 'candidato do povo', a que povo se refere, ao povo do dinheiro?", ironizou Hollande.
Hollande, dentro do tema políticas externas, apresentou Sarkozy como um débil diante das negociações com a chanceler alemã, Angela Merkel, nos temas que são relativos à União Europeia (UE), como os eurobonos e a "regra de ouro" de controle orçamentário para inibir os possíveis déficits.
O socialista também fez questão de se referir à imigração, depois que seu rival disse neste domingo, no comício realizado em Marselha, que "uma imigração não controlada acarreta muito sofrimento".
"Nunca fiz uma declaração deixando entender que haveria uma regularização em massa de imigrantes", disse Hollande, que acusou Sarkozy de instalar seu discurso sobre "o medo". Durante toda sua entrevista, o socialista se referiu ao atual presidente francês como "um candidato saliente".
Em relação às políticas de igualdade, o socialista assinalou que buscará uma paridade entre homens e mulheres no Governo, além de abrir a porta de entrada para os políticos comunistas em seu Executivo, isso se ele assumir o Palácio de Eliseu após as eleições presidenciais do dia 22 de abril.