Um homem-bomba matou 14 pessoas em Cabul nesta segunda-feira (4) em frente ao local onde ocorria um importante encontro com as principais figuras religiosas do Afeganistão. Pouco antes da explosão, eles haviam condenado os ataques suicidas de grupos extremistas.
O ataque aconteceu na entrada principal de um complexo onde cerca de 2.000 clérigos se reuniram para deliberar sobre a atual guerra e os ataques do Talibã e do Estado Islâmico, que estão lutando contra o governo afegão e as tropas norte-americanas no país.
O conselho havia acabado de emitir um comunicado afirmando que a guerra no Afeganistão não tem base religiosa e que os ataques suicidas, frequentemente usados pelos insurgentes do Talibã e do Estado Islâmico, vão contra os ensinamentos islâmicos. Eles também pediram ao governo e aos talibãs que ponham fim ao conflito.
"Estamos dando um veredicto para a cessação imediata da guerra e declarando que os ataques suicidas são ilegais no Islã", disse Khoda Bakhsh Mohseni, membro do conselho nomeado pelo governo.
Sete das vítimas eram clérigos de outras regiões do país, que haviam sido convidados pelo governo do presidente Ashraf Ghani, que tenta fazer as pazes com o Talibã.
O Talibã disse que não foi o responsável pelo ataque.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela explosão, que ocorre em meio a uma tendência crescente de ataques no país nos últimos meses.
Enayatullah Balegh, assessor de Ghani, disse aos participantes que os clérigos não eram a favor das tropas estrangeiras no Afeganistão e que os acadêmicos deveriam trabalhar junto com figuras religiosas para encontrar uma maneira de acabar com o conflito.