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Um ataque desfechado por um homem-bomba provocou a morte de pelo menos 43 pessoas nesta sexta-feira durante uma manifestação na cidade paquistanesa de Quetta, no segundo grande atentado desta semana no país, agravando a tensão sobre um governo já fragilizado por críticas à sua reação contra recentes inundações.

A manifestação em Quetta, realizada por muçulmanos xiitas, prestava solidariedade ao povo palestino.

Mais de cem pessoas ficaram feridas no atentado, que tem as características dos ataques do Taliban. O grupo frequentemente visa minorias religiosas para desestabilizar o Paquistão - país de maioria muçulmano sunita.

"Há 24 mortos no Hospital Militar e o restante está em outros dois hospitais", disse uma autoridade de saúde em Quetta, onde dezenas de mortos e feridos ficaram estendidos sobre poças de sangue depois da explosão, que deixou vários veículos em chamas.

Mesmo antes das devastadoras enchentes do mês passado o governo já enfrentava uma onda de impopularidade por causa de sua aliança com os Estados Unidos para combater militantes islâmicos.

Os EUA afirmaram que as enchentes devem causar atrasos na ofensiva contra os insurgentes do Taliban. "Infelizmente, a inundação no Paquistão provavelmente irá adiar quaisquer operações do Exército paquistanês no Waziristão do Norte durante algum tempo", disse o secretário de Defesa, Robert Gates, durante visita a tropas norte-americanas no Afeganistão.

O governo paquistanês diz que o Exército irá realizar a ofensiva no Waziristão, reduto de militantes islâmicos, quando considerar adequado. Nas últimas semanas, os militares se envolveram diretamente no trabalho de ajuda às vítimas das enchentes.

Também na sexta-feira, o Taliban paquistanês assumiu a autoria por três explosões em uma procissão xiita na cidade de Lahore, que matou 33 pessoas nesta semana. Foi a primeira ação de grupos militantes desde o início das enchentes.

"Foi uma vingança pela morte de sunitas inocentes", disse um porta-voz de Qari Hussain Mehsud, o mentor dos homens-bomba do Taliban, por telefone à Reuters, de local não-revelado.

As atenções estão voltadas para o Taliban paquistanês depois que promotores norte-americanos acusaram seu líder, Hakimullah Mehsud, de participação em um complô que matou sete funcionários da CIA em um quartel dos EUA no Afeganistão em dezembro.

Mehsud, supostamente escondido em áreas tribais paquistanesas, foi indiciado por conspiração para matar norte-americanos no exterior e para usar armas de destruição em massa.

A nova onda de violência sugere que o Taliban está tentando aproveitar a atual fragilidade do governo diante das enchentes, que deixaram milhões de desabrigados, destruíram a infraestrutura e a produção agrícola e afetaram duramente a economia.

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