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SÃO PAULO - O homem curado de oito tumores no cérebro em 2008, por um milagre atribuído à Madre Teresa de Calcutá, hoje vive com a família no Rio de Janeiro. Aos 42 anos, a simplicidade do dia a dia o faz feliz: trabalhar como funcionário público federal e passear com os dois filhos. Algo que ele achava que nunca faria, pois fora desenganado em um hospital em Santos, litoral paulista, uma semana após o casamento. Uma nova experiência, tão emocionante quanto o milagre, ainda está por vir: embarcará para Roma, na Itália, no ano que vem, para a cerimônia de canonização de Madre Teresa. O Vaticano confirmou nesta sexta-feira que irá canonizar a beata.

A identidade do homem é preservada pelo Vaticano. No jornal da Diocese de Santos, ele é identificado como N. O paciente havia passado por um transplante de rim, há 20 anos. Sofria de convulsões e de dores de cabeça com frequência. Em 2008, casou-se e passava a lua-de-mel em Gramado, no Rio Grande do Sul, quando passou mal. Ele e a mulher retornaram imediatamente para Santos, onde foi internado. Com múltiplos abcessos no cérebro e hidrocefalia obstrutiva, chegou a ficar inconsciente por conta das altas doses de morfina que tomou. Foi desenganado. Mesmo com poucas chances de sobreviver, os médicos tentariam uma cirurgia para a colocação de drenos.

A mulher, católica, foi então conversar com o padre Elmiran Ferreira, na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em São Vicente. Recebeu das mãos do pároco uma medalha e a oração da madre, para que rezassem insistentemente. A sogra do paciente era catequista da igreja e o padre, devoto da beata.

- Ele disse rezem, ‘peçam à Madre Teresa, que ela vai ajudar’. Colocaram o santinho debaixo do travesseiro e rezaram. E o milagre aconteceu - conta o padre Caetano Rizzi, Vigário Judicial da Diocese de Santos, que foi o promotor de Justiça do processo que reconheceu o milagre.

Na UTI, o paciente acordou. - Ele recuperou os sentidos e perguntou o que ele estava fazendo ali. Uma nova tomografia revelou que não havia mais abcessos no cérebro - diz o padre.

No último domingo, os dois, padre e o homem curado, tiveram um reencontro emocionante em Santos. - Ele fez uma visita à paróquia, muito emocionado. Está muito contente e já providenciando o passaporte para viagem no ano que vem. Ficamos olhando, juntos, um quadro, uma relíquia da madre. Foi muito bonito este momento. Ele é um homem de muita fé, contou que era feliz porque passeava com os filhos, coisa que nem pensava que faria - conta o padre Caetano Rizzi.

Uma vez curado, o homem prestou um concurso público. Passou em primeiro lugar. Mudou-se para o Rio de Janeiro. Vida nova e a realização de outro sonho: o de ser pai. Por conta dos remédios que tomava devido ao transplante renal, estava estéril. É pai de dois meninos.

A oficialização do reconhecimento do milagre por parte do papa Francisco representa o último degrau da causa iniciada em junho pela Diocese de Santos. - Estava em casa, numa quarta-feira de junho, quando recebi o telefonema do Vaticano, em nome do Papa Francisco. Avisaram que o milagre seria investigado. Na hora, até sentei, tamanha a surpresa - relembra o padre, que teve poucos dias para preparar o local e agendar testemunhas.

O homem então passou por novos exames, que revalidaram a sua cura. Dois médicos escolhidos pelo Vaticano participaram do processo, analisando toda a documentação médica do paciente. O processo durou cinco dias, segundo o padre Rizzi.

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