Um tribunal da Rússia condenou um cidadão do país chamado Alexander Kraychik a 13 anos de prisão por "traição", após ele ter sido acusado de doar cerca de 50 euros (aproximadamente R$ 307) ao Exército da Ucrânia. A sentença foi divulgada nesta sexta-feira (8), embora a decisão tenha sido formalizada no dia 1º de novembro.
De acordo com o Tribunal da Cidade de Moscou, Kraychik, de 34 anos, foi considerado culpado de fornecer "assistência financeira a um Estado estrangeiro para apoiar atividades contra a segurança da Federação Russa". As autoridades russas têm intensificado a repressão a indivíduos suspeitos de colaborar com a Ucrânia desde o início da invasão em larga escala ao país vizinho, com dezenas de casos de "traição" abertos envolvendo ações como sabotagem, incêndios criminosos em instalações militares e transferência de informações sobre as forças armadas russas.
Kraychik foi acusado de transferir 50 euros para uma organização na Alemanha que arrecadava fundos para apoiar o exército ucraniano, no dia 26 de fevereiro de 2022 — apenas dois dias após o início da invasão russa da Ucrânia. Ele foi preso em 2023 enquanto tentava embarcar em um voo para a Turquia, após seu telefone ter sido confiscado durante uma busca realizada em seu local de trabalho.
A condenação de Kraychik ocorreu em um contexto de endurecimento das penas na Rússia para casos de apoio, mesmo que indireto, a ações contrárias aos interesses do regime de Vladimir Putin. O tribunal afirmou que ele agiu "motivado por ódio político e ideológico". Além de Kraychik, Ksenia Karelina, cidadã com dupla nacionalidade russa e americana, também foi sentenciada por "traição" a 12 anos de prisão por doar 50 dólares a uma organização pró-Ucrânia. Ela foi detida em janeiro deste ano ao visitar parentes em Ecaterimburgo, na Rússia.
Deixe sua opinião