Um homem com um falso cinturão de explosivos, repleto de sal e biscoitos, obrigou a polícia a isolar nesta terça-feira (21) um centro comercial de Bruxelas, em um momento de novas ameaças extremistas e apenas três meses depois dos atentados de 22 de março.
“O homem de 26 anos já era conhecido pela justiça por diversos atos, inclusive alguns ligados a problemas psiquiátricos”, explicou a Procuradoria de Bruxelas após a detenção.
O suspeito entrou em contato com a polícia e afirmou que havia sido sequestrado e libertado no local “com um cinturão de explosivos que seria ativado à distância por outra pessoa”. Mas depois que ele foi localizado e detido, o esquadrão antibombas descobriu que o cinturão continha “sal e biscoitos”.
O incidente aconteceu no início da manhã, quando um suspeito foi observado perto do shopping City 2, local que havia sido citado nos últimos dias pela imprensa belga como um possível cenário de ataques
O primeiro-ministro Charles Michel convocou uma reunião de emergência com integrantes de seu gabinete de segurança.“No momento a situação está sob controle”, disse Michel na saída da reunião. “Os serviços de emergência permanecem em alerta”, completou, segundo a agência Belga.
O alerta antiterrorista no país permaneceu no nível 3 (ameaça “possível e verossímil”) de um total de 4 (ameaça “séria e iminente”), informou no Twitter o centro de crise da Bélgica.
O homem detido já era conhecido da polícia por ter declarado no passado que foi “incitado a viajar para unir-se ao Estado Islâmico na Síria”.
“Agora está sendo investigado de maneira profunda para determinar se tem relação ou não com atos de terrorismo”, destacou a Procuradoria.
“Podemos supor que tinha simpatias pelo Estado Islâmico”, comentou o ministro da Justiça, Koen Geens.
A detenção do suspeito e a confirmação de que estava com um cinturão suspeito deixaram as forças de segurança em alerta máximo.
Vários acessos à estação de metrô do centro comercial foram fechados e militares armados foram enviados à região.
O cordão de isolamento ao redor do shopping foi retirado no meio da manhã e o acesso à rua comercial adjacente foi liberado.
O prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, pediu tranquilidade e afirmou que não existe uma ameaça particular contra o comércio. “Talvez tenha sido uma provocação, mas a presença de um cinturão explosivos envolve terrorismo”, declarou Mayeur.
Ataque em março
No dia 22 de março, ataques praticamente simultâneos reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) mataram 32 pessoas no aeroporto e em uma estação de metrô de Bruxelas.
No domingo passado, a justiça indiciou três homens por “tentativa de assassinato terrorista” após uma grande operação que resultou na detenção de dezenas de pessoas, no momento em que a Eurocopa leva milhares de pessoas a assistir as partidas nas ruas em telões gigantes
A Procuradoria identificou os investigados como Samir C., Moustapha B. e Jawad B., ao mesmo tempo que libertou outras nove pessoas após interrogatório.
As áreas da operação de sábado (18) passado incluem alguns bairros de Bruxelas onde foram planejados os ataques de março e os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris.
As autoridades justificaram as detenções porque era necessária uma “intervenção imediata”.
De modo proporcional a sua população, a Bélgica tem o maior número de pessoas dentro da União Europeia – quase 500 – que viajaram à Síria e Iraque para unir-se aos extremistas do EI.
Investida da PF desarticula mobilização pela anistia, mas direita promete manter o debate
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Como a PF construiu o relatório do indiciamento de Bolsonaro; ouça o podcast
Bolsonaro sobre demora para anúncio de cortes: “A próxima semana não chega nunca”
Deixe sua opinião