Um homem foi preso em Hampshire, no Reino Unido, por ter publicado na internet bandeiras LGBT em formato de suástica. O vídeo da prisão foi amplamente compartilhado nas redes sociais.
"Alguém sofreu de ansiedade por causa de sua postagem nas mídias sociais. E é por isso que você está sendo preso", disse o policial ao deter o homem.
De acordo com a BBC, Darrin Brady, de 51 anos, responderá por "comunicação maliciosa", que, de acordo com as leis britânicas, diz respeito ao "envio de cartas, comunicações eletrônicas, artigos ofensivos ou ameaçadores com a intenção de causar angústia ou ansiedade ao destinatário” e que “é uma ofensa criminal".
O homem que fez o vídeo também foi preso. Segunda a polícia, ele foi detido por "obstruir uma prisão".
A comissária de Polícia e Crime de Hampshire, Donna Jones, condenou as ações dos policiais. "Estou preocupada com a proporcionalidade e a necessidade da resposta da polícia a esse incidente", disse. “Quando incidentes nas mídias sociais recebem duas visitas de policiais, mas assaltos e arrombamentos nem sempre recebem uma resposta da polícia, algo está errado", completou Jones.
Brad Polumbo, jornalista americano e colunista da Foundation For Economic Education, também se opôs à ação da polícia britânica. "Como John Locke explicou, os indivíduos têm direitos sobre suas pessoas e propriedades, incluindo o direito de usar sua pessoa e propriedade para comunicação. Mas ninguém tem direito a qualquer estado emocional em especial. Fazer valer esse falso 'direito' para alguns significa violar os verdadeiros direitos de outros: incluindo a liberdade de expressão. Realmente não importa se você acha que o post do homem do Reino Unido era apenas uma piada ou foi odioso e ofensivo. Todos nós devemos apoiar seu direito de falar livremente e até mesmo dizer coisas que outros achem odiosas ou angustiantes sem ser perseguido ou preso pelo governo", escreveu.
"Esses critérios amplos e subjetivos podem ser usados para acabar com qualquer ideia impopular e sufocar qualquer debate, por mais crucial que seja. Se não somos livres para falar, então não somos realmente livres para pensar", concluiu o jornalista, lembrando que o Reino Unido é terra de grandes pensadores, como Locke.
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