O homem armado que atacou passageiros num trem de alta velocidade na França há dois dias está “pasmo” por estar sendo visto como um militante islâmico e diz que tinha a intenção somente de roubar as pessoas a bordo por estar com fome, afirmou a advogada dele neste domingo.
Enquanto surgem os detalhes do início da vida adulta do homem na Espanha, a advogada Sophie David afirmou que o cliente dela, preso perto de Paris, também parecia doente e malnutrido.
Fontes francesas e espanholas familiares com o caso o identificaram como Ayoub el Khazzani, marroquino de 26 anos, que era conhecido pelas autoridades europeias como suspeito militante islâmico.
“(Eu vi) alguém que estava muito doente, alguém muito enfraquecido fisicamente, como se sofresse de desnutrição, muito, muito magro e muito pálido”, disse a advogada a uma rede de TV.
“Ele está pasmo com motivos terroristas atribuídos a sua ação”, acrescentou.
A advogada afirmou que o homem estava descalço e que vestia somente uma camisa do hospital e um short para o interrogatório policial em Arras, no norte da França, onde o trem parou após o incidente.
Ele disse à advogada ter encontrado a Kalashnikov usada no trem num parque perto da estação Gare du Midi em Bruxelas, onde costumava dormir.
“Dias depois, ele decidiu entrar num trem que outros moradores de rua disseram que estaria cheio de gente com dinheiro, viajando de Amsterdã para Paris, e que ele esperava se comer com o que obtivesse no assalto”, afirmou a advogada.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, afirmou no sábado que “alguns tiros” foram disparados antes de o marroquino ser dominado pelos passageiros, incluindo três norte-americanos.
Dos dois passageiros feridos no incidente de sexta-feira, somente um continuava no hospital neste domingo, de acordo com as autoridades, um franco-americano que foi atingido por um tiro e estava em estado grave, mas estável.
Cazeneuve disse que o homem preso, cujo nome ele não divulgou, havia sido “identificado por autoridades espanholas para os serviços de inteligência franceses em fevereiro de 2014 por causa das suas conexões com o movimento radical islâmico”.
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