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 | Reprodução/Ako Abdulrahman
| Foto: Reprodução/Ako Abdulrahman

Quando decidiu investir em um carro blindado para se proteger dos soldados do Estado Islâmico (EI) no Iraque, o militar Ako Abdulrahman não imaginou que o veículo poderia salvar não apenas a sua vida, mas também a de outras dezenas de pessoas.

Abdulrahman lutava na cidade de Kirkuk, localidade do Nordeste iraquiano com a presença do grupo terrorista, quando adquiriu uma BMW blindada da década de 1990 por US$ 10 mil em um leilão de automóveis. À CNN, contou que seus amigos ficaram muito felizes com a aquisição.

“Começamos a dirigir pela linha de frente de Kirkuk sem preocupação com os atiradores do EI e com as bombas plantadas ao lado das estradas”.

No dia 21 de outubro, quando dezenas de militantes do EI realizaram vários ataques na cidade, tendo militares e civis como alvo, Abdulrahman não teve dúvidas de que precisava ajudar a população.

Assim ficou o carro de
Ako Abdulrahman após o confronto
Reprodução
Ako Abdulrahman

“Eu disse a mim mesmo que aquele era o momento de ajudar as pessoas. ‘Eu sou um soldado e tenho um carro à prova de balas. Será uma vergonha se não puder ajudar’”, afirmou.

Assim, dirigiu sua BMW por toda a cidade, indo e voltando para recolher feridos, enquanto os atiradores do EI enchiam o carro de balas. Além de resgatar cerca de 70 pessoas, Abdulrahman também usou o carro para carregar os mortos para longe do ataque e preservar os corpos. Sessenta e quatro iraquianos e 86 integrantes do grupo terrorista morreram no ataque.

“Em meu carro, carreguei sunitas, xiitas, curdos, turcos e cristãos. Eu me senti como um verdadeiro iraquiano, e assim é que todos deveriam ser”, orgulha-se o soldado.

Reconhecimento

E o ato de Abdulrahman não passou em branco. Das mãos do governador da província de Kirkuk, Najmaldin Karim, o soldado recebeu um certificado e uma gratificação de, aproximadamente, US$ 385. Ainda, a BMW ofereceu um carro novo para o homem, que recusou o presente e pediu, apenas, que seu veículo atual fosse consertado.

“Eu não sou um herói. Eu sou um iraquiano comum que quer proteger seu país de criminosos e assassinos”, afirmou.

Colaborou: Mariana Balan.

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