São Paulo – A Fundação Guayasamín, do Equador, adiou a festa que promoveria, em Havana, na próxima semana, para comemorar os 80 anos de Fidel Castro (13 de agosto). "Nos veremos em dezembro com Fidel", avisa o site da fundação aos convidados e amigos que deveriam viajar a Cuba "em reconhecimento à vida exemplar do heróico comandante, líder dos povos cubano e do Terceiro Mundo".

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O adiamento da caravana frustrou o escritor e jornalista Fernando Morais, um dos brasileiros convidados da Guayasamín. "Não por causa do cancelamento da viagem, mas pela preocupação com a saúde de Fidel", disse Morais, autor do livro de reportagens A Ilha, lançado na década de 70. Ele deveria voar para o México, de onde seguiria para Havana.

A programação da Fundação Guayasamín, criada pelo pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín, falecido em 1999, previa quatro dias de atividades culturais, de 10 a 13 de agosto, com seminários, concertos e exposições. "Seria provável que os convidados se encontrassem com Fidel, talvez no dia 13, seu aniversário", imagina Morais.

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Outro convidado, Frei Betto, manteve a data da viagem a Cuba, apesar do adiamento das comemorações. "Vou no próximo dia 9, porque, como ensina o Evangelho, devemos estar junto dos amigos nas horas de dificuldade e não só nas horas de festa". O frade dominicano, que escreveu Fidel e a Religião, pretende, se possível, visitar Fidel Castro no hospital.

Espirro

Apesar da notícia de que o líder cubano sofreu uma hemorragia e passou por uma cirurgia complicada, Frei Betto não se mostra muito preocupado com seu estado. "Cada vez que Fidel espirra, soa um acorde em Miami e se começa a dançar rumba", disse o dominicano, referindo-se às comemorações dos dissidentes e exilados cubanos que vivem nos Estados Unidos.