Lyudmila Navalnaya (à esquerda, de óculos), diante do túmulo do filho, Alexei Navalny, em 2 de março: russos seguem homeageando líder opositor.| Foto: Maxim Shipenkov/EFE/EPA
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Centenas de russos seguem visitando neste sábado o cemitério de Borisovo, no sudeste de Moscou, para levar flores ao túmulo de Alexei Navalny, o líder opositor que foi enterrado ali na sexta-feira em meio a rigorosas medidas de segurança, duas semanas depois de morrer repentinamente em uma prisão no Ártico. Os apoiadores de Navalny lotaram o túmulo do líder opositor com buquês de flores vermelhas e brancas, principalmente cravos, mas também rosas.

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A polícia não retirou o detector de metais e revista cuidadosamente cada visitante que se aproxima do cemitério para prestar homenagem ao político falecido. É proibida a entrada com comida ou bebida, embora, segundo testemunhas oculares, a presença policial seja bem menor do que na véspera. “As pessoas podem entrar sem grandes obstáculos. O ambiente é muito tranquilo”, comentaram. O cemitério teve de fechar e reabrir suas portas em diversas ocasiões devido ao grande fluxo de pessoas que desejavam se despedir do opositor.

Prisões já passam de 100, segundo organização de direitos humanos

Mais de 100 pessoas foram detidas em toda a Rússia durante o funeral de Navalny. Embora o funeral tenha ocorrido na capital russa, o maior número de detenções ocorreu nas cidades siberianas de Novosibirsk e Omsk, onde até 35 pessoas foram levadas para delegacias de polícia, segundo a organização OVD-Info, que monitora os direitos dos detidos. Em Moscou, 14 pessoas foram detidas, enquanto na capital dos Urais, Ekaterimburgo, considerada a cidade mais liberal do país, foram dez os detidos.

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O funeral em Moscou transcorreu sem incidentes, tanto nos arredores da igreja de Mariino, onde foi instalado o velório – segundo a mãe de Navalny, seu filho, crente confesso, costumava ir à missa ali, onde também batizou seu filho Zajar –, como no cemitério de Borisovo. O público presente entoou palavras de ordem e ergueu cartazes contra a guerra e o Kremlin, embora dessa vez os gritos de “Putin assassino!” tenham sido esporádicos. Os apoiadores de Navalny relataram que alguns provocadores gritaram “Vamos ao Kremlin!”, mas foram rapidamente identificados e ignorados pela multidão. Tanto a família de Navalny como seus correligionários e grande parte do Ocidente responsabilizam diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, pela morte de Navalny.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]