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Perseguição religiosa

Homens armados invadem comunidades na Nigéria e deixam 113 mortos durante comemorações de Natal

Nigerianos procuram decorações de Natal em Ibadan, Nigéria, (Foto: EFE/EPA/SAMUEL ALABI)

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As autoridades nigerianas informaram nesta segunda-feira (25) que 113 pessoas morreram em vários ataques de homens armados no estado de Plateau, na região central da Nigéria, desde a noite de sábado (23).

Embora a polícia local tenha relatado inicialmente um ataque no sábado, no povoado de Mushu, no território de Bokkos, outras localidades também foram sofreram com a violência. Em Mangu e Barkin-Ladi, os ataques continuaram até esta segunda. "Os ataques foram bem coordenados. Nada menos que 20 comunidades diferentes foram atacadas pelos bandidos. Recuperamos 113 corpos dessas comunidades. Recuperamos mais de 300 feridos", informou Monday Kassah, presidente do Comitê de Transição da área do governo local de Bokkos.

Kassah detalhou que os feridos foram evacuados para diferentes hospitais na região. "A equipe de segurança está fazendo o melhor que pode. O terreno difícil para chegar a essas comunidades fez com que a segurança não chegasse a tempo de impedir esses ataques", acrescentou.

Mais cedo, o governador de Plateau, Caleb Muftwang, havia estimado o número de mortos em mais de 50. "De acordo com o relatório de inteligência disponível para mim, mais de 50 pessoas foram mortas em Mangu e Bokkos nas últimas 48 horas. Isso é inaceitável. Já é o bastante. Esses atos estúpidos, sem sentido e sem provocação devem parar", afirmou o governador em uma reunião com militares.

Plateau está localizado na linha divisória entre o norte da Nigéria, majoritariamente muçulmano, e o sul, de maioria cristã, e há anos vem sofrendo tensões étnicas e religiosas.

Um líder comunitário disse ao jornal local The Nation, sob a condição de anonimato, que os residentes de Mushu suspeitam que os atiradores sejam religiosos, que invadiram a comunidade e abriram fogo "à vontade".

O presidente da Coalizão de Nacionalidades Étnicas de Jovens de Plateau, Paul Dakete, confirmou anteriormente à Agência EFE o ataque em Mushu, assim como o Exército, e ambos estimaram o número de mortos em 16.

"Posso confirmar a morte de 16 pessoas depois que homens armados atacaram o povoado de Mushu, na área do governo local de Bokkos, na noite de sábado. Os moradores estavam dormindo quando os homens armados os atacaram em suas casas, matando-os", disse Dakete à EFE nesta segunda-feira.

Dakete destacou que os assassinatos transformaram o que deveria ter sido uma comemoração de Natal em um período de luto no povoado e pediu às autoridades que ponham fim a esses ataques porque "a loucura precisa acabar".

O governador do estado condenou "os ataques brutais contra residentes inocentes" e ordenou que as forças de segurança prendam "os autores dos atos hediondos e garantam que eles enfrentem todo o peso da lei".

Mutfwang pediu às comunidades de todo o estado que "permaneçam vigilantes e relatem quaisquer atividades suspeitas às forças de segurança para ação imediata", de acordo com uma declaração emitida por seu diretor de Imprensa e Assuntos Públicos, Gyang Bere.

No estado de Plateau são comuns os confrontos entre comunidades agrícolas, em sua maioria cristãs, e pastores do povo Fulani, em sua maioria muçulmano, pelo uso da terra e pelos escassos recursos naturais.

Além disso, alguns estados nigerianos - especialmente no centro e no noroeste do país - estão sendo atacados incessantemente por "bandidos", um termo usado no país para se referir a gangues criminosas que cometem roubos em massa e sequestros por grandes resgates e são frequentemente rotulados de terroristas pelas autoridades.

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