O corpo de Heriberto Lazcano, líder do cartel mexicano Los Zetas morto no domingo, foi roubado por homens armados que invadiram uma funerária privada no norte do México. A informação, inicialmente ventilada pela imprensa local, foi confirmada ontem pelo procurador do Estado mexicano de Coahuila, Homero Ramos.
Lazcano morreu no domingo em meio a uma troca de tiros com fuzileiros navais mexicanos. Horas depois, na madrugada de segunda-feira, um comando armado invadiu a funerária e levou o corpo de Lazcano e de uma outra pessoa morta no mesmo tiroteio. Os criminosos forçaram o dono da funerária a dirigir o carro funerário com os corpos nos caixões até um local desconhecido no deserto, onde estavam outros carros que levaram os agressores embora com os cadáveres.
A confirmação do roubo do corpo ocorre pouco depois de a Marinha mexicana ter informado que uma análise das impressões digitais mostrou que um dos dois mortos no tiroteio era o líder narcotraficante.
De acordo com a Marinha, as impressões digitais colhidas do corpo do homem morto no tiroteio ocorrido no domingo em Coahuila, no norte do México, foram inseridas em uma base de dados e confirmou-se que ele era o chefão do narcotráfico.
Lazcano era um desertor de uma força de elite do exército mexicano cujas brutais táticas paramilitares marcam uma devastadora guerra entre o governo e cartéis do narcotráfico iniciada há seis anos e que já custou a vida de dezenas de milhares de pessoas.
O cartel Los Zetas foi fundado por Lazcano e outros desertores de uma unidade de elite do exército. Nos primeiros anos, os Zetas atuaram como um braço do Cartel do Golfo, mas em 2010 se separaram dos seus antigos chefes criminosos e começaram a atuar por conta própria. O cartel Los Zetas é o autor de alguns dos piores massacres, das maiores fugas de prisão e dos mais violentos ataques contra autoridades do México.
Lazcano, também conhecido como "El Verdugo", é suspeito de centenas de assassinatos. Os Zetas ganharam sua fama de brutalidade por exibir publicamente as cabeças decapitadas de seus inimigos.
A Embaixada dos Estados Unidos no México disse que aguarda a confirmação oficial da morte de Lazcano. O governo dos EUA oferecia uma recompensa de US$ 5 milhões pela captura do líder do narcotráfico, enquanto o governo mexicano oferecia outros US$ 2,3 milhões por informações que levassem à sua detenção.