Ativistas pró-russos radicais tomaram neste sábado uma delegacia de polícia em Slaviansk, a 120 quilômetros de Donetsk, confirmou à Agência Efe um dos líderes do grupo que ocupa a sede do governo desta região do sudeste da Ucrânia.
"Os homens tomaram a delegacia local em Slaviansk. Esta é a classe de patriotas que precisamos para acabar com o fascismo que se instalou em Kiev", disse Aleksandr Filippov em telefonema de dentro do edifício do governo ocupado, junto a seus companheiros, há quase uma semana.
O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, garantiu que as forças especiais da polícia já se dirigem a Slaviansk, uma cidade muito próxima à fronteira com a Rússia, para liberar a delegacia tomada pelos radicais.
"Haverá tolerância zero com os terroristas armados. A reação será muito dura tanto como a diferença entre manifestantes e terroristas", ressaltou o ministro, citado pelo jornal "Ukrainskaya Pravda".
Esta manhã, outro grupo de ativistas pró-russos entraram também na procuradoria regional de Donetsk, embora tenham liberado o edifício pouco após maneira pacífica.
A própria procuradoria, que já funciona normalmente, abriu uma ação criminal contra os responsáveis pelo ataque.
"Por volta das 06h05 da manhã, um grupo de jovens armados com tacos de beisebol invadiram o edifício. Sem colocar exigências, cerca de 40 pessoas começaram a construir barricadas com móveis nos acessos ao edifício. Por volta das 07h30, abandonaram o imóvel após uma negociação", explicou a promotoria.
O ministério do Interior da Ucrânia advertiu esta manhã que atuará com dureza em caso de desordens e tentativas de desestabilizar a situação no país, em particular nas regiões russoparlantes de Donetsk, Lugansk e Kharkiv.
Em mensagem para todas as forças políticas e organizações sociais ucranianas publicada em seu site, o Interior ressaltou que elas não "devem levar gente armada às ruas, evitar ações agressivas e violentas, e de provocar enfrentamentos".
"O Ministério do Interior reagirá com dureza diante de tentativas de desestabilizar a situação e alterar a ordem pública, assim como contra desordens maciças", acrescentou o texto.
A pasta mencionou em particular às regiões de Donetsk, Lugansk Jarkov, no sudeste do país, onde "operações especiais acontecem para superar manifestações de separatismo". E lembrou às forças políticas que a instigação de desordens maciças é um crime grave, que o código penal castiga com até oito anos de prisão e com até 15 se como consequência deles acontecerem mortes.
Ao mesmo tempo, o ministério do Interior ressaltou que defendia de maneira consequente o direito dos cidadãos, independentemente de nacionalidade, convicções políticas e lugar de residência, de expressar pacificamente suas posições em todo o território da Ucrânia.
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