Nove homens-bomba, incluindo um casal, realizaram os devastadores ataques no domingo de Páscoa, no Sri Lanka, segundo informaram autoridades do país nesta quarta-feira (24), revelando novos detalhes sobre a rede por trás dos atentados que mataram 359.
Oito agressores foram identificados, de acordo com o porta-voz da polícia, Ruwan Gunasekera. O grupo incluía dois irmãos e um marido e sua esposa, que se explodiu no domingo quando a polícia cercou uma casa em Colombo, a maior cidade do Sri Lanka.
De acordo com o Ministério da Defesa, os homens-bomba eram de famílias de classe média e alta, sendo que alguns eram "pessoas bem educadas" – pelo menos um deles estudou na Grã-Bretanha e na Austrália. Outros haviam sido detidos temporariamente depois de pequenos ataques.
O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, disse que os suicidas se separaram do National Thowheed Jamaath, um obscuro grupo extremista islâmico baseado na parte leste do país. O líder dos dissidentes realizou o ataque suicida ao hotel Shangri-La, em Colombo.
Sessenta pessoas foram presas em conexão com os ataques a igrejas e hotéis, incluindo Mohamed Ibrahim, um rico empresário que possuía uma casa no bairro de Dematagoda, em Colombo, onde a polícia realizou uma incursão no domingo. Pelo menos dois de seus filhos estavam entre os homens-bomba.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques de domingo, mas as autoridades do Sri Lanka não estão seguras quanto ao papel desempenhado pelo grupo terrorista. Wijewardene disse que havia uma conexão com o Estado Islâmico "através de ideologia e talvez financiamento", mas que o apoio financeiro ainda estava sob investigação.
Wijewardene também afirmou que a avaliação das agências de inteligência do Sri Lanka é que os ataques às mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, "motivaram essas pessoas a realizá-lo no domingo de Páscoa". Ele se recusou a fornecer mais detalhes sobre como essa avaliação foi alcançada.
Alertas da Índia
De acordo com a CNN, a Índia enviou três alertas específicos sobre possíveis ataques terroristas em igrejas e hotéis antes dos atentados do domingo de Páscoa. O primeiro foi enviado em 4 de abril, o segundo no dia 20 e o último deles, uma hora antes dos bombardeios.
As autoridades do Sri Lanka reconheceram que receberam informações sobre possíveis ataques terroristas, mas o presidente Maithripala Sirisena disse que os alertas não chegaram a ele – motivo pelo qual Sirisena pediu a renúncia do chefe de polícia, Pujith Jayasundara, e de um dos secretários de Defesa do país, Hemasiri Fernando, nesta quarta-feira.