Policiais analisam cena de crime em Chicago. No dia 21 de julho de 2020, tiroteio nos arredores de uma funerária da cidade deixou 14 feridos.| Foto: AFP
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Os homicídios nas 50 das maiores cidades dos Estados Unidos aumentaram 24% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo uma análise feita pelo Wall Street Journal. No total, 36 das 50 maiores cidades dos Estados Unidos examinadas tiveram um aumento de dois dígitos nas taxas de homicídio. Em Austin e Chicago, o índice aumentou mais de 50% em comparação com as taxas do ano passado, de acordo com o jornal.

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As autoridades de segurança atribuíram o incremento nas taxas de homicídio ao aumento da violência das gangues e também à maior ousadia dos criminosos à medida que as instituições, incluindo a polícia, passaram a atuar menos por causa da pandemia e dos protestos antirracismo e por reforma policial, disseram analistas e policiais ao WSJ.

Outros crimes, como roubo, diminuíram em média 11% em 41 das 50 maiores cidades americanas, segundo a análise do jornal. A polícia acredita que diminuição de casos de roubos, furtos e estupros se explique pelos lockdowns impostos por causa da pandemia de coronavírus.

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A cidade de Nova York, por exemplo, vive uma onda de violência em plena pandemia. O número de assassinatos até a primeira semana de agosto aumentou 30% em 2020, em relação ao mesmo período de 2019. O relatório mais recente do departamento de polícia da cidade (NYPD) mostra que 237 pessoas foram assassinadas neste ano. Foram registrados 777 tiroteios na cidade de 1º de janeiro até o fim de julho, uma cifra alarmante quando comparada aos 776 registrados em todo ano passado.

"Enquanto os tiroteios continuarem, haverá retaliação. É um ciclo vicioso que o NYPD trabalhou duro para mitigar, mas que eles não são mais capazes e, em alguns casos, não estão dispostos a fazer", disse ao New York Post Joseph Giacalone, sargento aposentado do NYPD e professor adjunto do John Jay College of Criminal Justice. Quase mil pessoas ficaram feridas ou foram mortas nos tiroteios deste ano na cidade.

Na Filadélfia, os números são ainda piores. Mais de mil tiroteios foram registrados neste ano e 240 pessoas foram assassinadas. Segundo reportagem da emissora CBS, a cidade está no caminho de registrar o ano mais violento em mais de uma década.

Mas é em Chicago que a situação é mais alarmante. Até 2 de agosto, 450 pessoas foram assassinadas na cidade, segundo a polícia local, um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado. Quase 100 foram assassinadas só em julho. No fim de semana mais violento, em maio, 18 pessoas foram executadas em 24 horas.

Há poucas semanas, 14 pessoas que participavam de um funeral, inclusive uma menina de 3 anos, foram baleadas por indivíduos que passaram atirando de dentro de um carro. A polícia culpou as gangues da cidade pelo ocorrido. O Superintendente da Polícia de Chicago, David Brown, disse que há 55 gangues principais na cidade, 747 facções e 2.500 subconjuntos dessas facções.

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Todas essas cidades são comandadas por prefeitos democratas e o assunto já está sendo explorado pela campanha de reeleição do presidente Donald Trump, embora não haja um estudo que aponte causalidade entre os dois fatores. "Você ouve sobre certos lugares como Chicago e sobre o que está acontecendo em Detroit e em outras cidades, todas governadas pelos democratas", disse Trump recentemente.