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Políticas migratórias

Honduras cancela cúpula da Celac convocada após atrito dos EUA com Colômbia e Brasil

A presidente de Honduras,, Xiomara Castro, é responsável por liderar a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) (Foto: EFE/ Bienvenido Velasco)

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Honduras cancelou a cúpula urgente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), convocada para esta quinta-feira (30) pela presidente pro tempore da organização, Xiomara Castro, também presidente hondurenha, para discutir questões relacionadas às políticas migratórias adotadas pelo governo americano de Donald Trump.

O Ministério das Relações Exteriores de Honduras confirmou em comunicado a suspensão da reunião da qual participaria pessoalmente o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. "Honduras, no exercício da presidência pro tempore da Celac, cancelou a reunião extraordinária de chefes de Estado e de governo", informou a chancelaria hondurenha.

A cúpula foi agendada para quinta-feira em um "formato híbrido" e seu objetivo era "abordar a questão da migração e continuar promovendo o diálogo regional com vistas a construir estratégias coletivas para enfrentar essa grande problemática", segundo Castro.

Segundo a nota da líder pro tempore da Celac, a decisão ocorreu por falta de consenso entre os demais países que compõem a organização. “É importante reiterar que a Celac, como mecanismo representativo de concertação política, cooperação e integração dos Estados latino-americanos e caribenhos, só adota decisões por consenso, e Honduras, no exercício da presidência pro tempore, tem incentivado o cumprimento de objetivos comuns para alcançar a integração regional e a unidade, incluindo a cooperação entre os países-membros frente a outros países, blocos de países ou atores internacionais", enfatizou a pasta de Exteriores de Honduras.

A chancelaria salientou também que Honduras tem “promovido o debate no seio da Celac sobre temas de grande sensibilidade como a crise humanitária no Haiti, a agressão diplomática ocorrida na embaixada do México no Equador, os migrantes e seus direitos, tanto em trânsito para o país anfitrião como dentro das leis dos Estados Unidos, assim como os efeitos e o impacto social e econômico em toda a região".

A reunião foi convocada no domingo pela presidente hondurenha após o impasse entre Estados Unidos e Colômbia, causado pela decisão do presidente colombiano de não permitir a entrada de dois aviões com deportados enquanto essas pessoas não recebessem “tratamento digno".

Esta situação levou o presidente americano, Donald Trump, a impor tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos e a antecipar que em uma semana “subiriam para 50%”, além de introduzir outras sanções relacionadas com vistos e viagens, ao que o presidente colombiano havia respondido com medidas recíprocas.

No entanto, a Casa Branca declarou encerrada a crise com a Colômbia sobre a repatriação de imigrantes, afirmando no domingo à noite que o governo de Bogotá aceitou "todos os termos do presidente Trump" a esse respeito.

A presidência pro tempore da Celac indicou que continuará buscando “consensos, convocando e apresentando iniciativas para dar respostas aos problemas históricos que a região sofre”, e reafirmou “seu compromisso e disposição de dar continuidade à agenda da integração e unidade latino-americana e do Caribe".

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, havia confirmado participação por videoconferência na cúpula, nesta terça-feira (28). O país foi um dos primeiros a receber imigrantes ilegais brasileiros enviados pelo novo governo dos EUA de volta ao país na sexta-feira (24) e a criticar o tratamento dispensado aos deportados.

O governante petista está tratando a situação internamente, evitando um confronto direto com a nova administração de Trump.

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