Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira o envio de três diplomatas para ajudar a resolver a crise política de Honduras, desencadeada com o golpe militar contra o presidente Manuel Zelaya, que expressou disposição para voltar à Presidência sob certas condições.

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Os negociadores do governo de facto de Roberto Micheletti e do presidente deposto Zelaya, que não conseguiram chegar a um acordo na semana passada, terão, agora, a pressão dos enviados liderados por Tom Shannon, secretário-adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental.

Os diplomatas, que viajarão ao país centro-americano na quarta-feira, planejam se reunir com Zelaya e Micheletti para uma nova rodada de negociações, que podem durar cerca de dois dias.

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"Isso é muito urgente", disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ian Kelly, referindo-se à necessidade de chegar a um acordo antes das eleições presidenciais do próximo mês.

Além de Shannon, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, enviará o adjunto Craig Kelly e Dan Restrepo, diretor para assuntos do Hemisfério Ocidental da Casa Branca.

Retorno com condições

Em Honduras, as partes se preparavam nesta terça-feira para retomar o diálogo paralisado há alguns dias.

Zelaya disse em entrevista a uma rádio local que aceitou um retorno ao poder com condições e que sua restituição seria um símbolo da recuperação do estado de direito.

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"Aceitei um retorno com condições", afirmou ele à Rádio Globo, acrescentando que "deve haver um acordo político para que as eleições sejam reconhecidas".

O acordo pode abrir caminho para uma transição até a posse de um novo presidente, a ser eleito em 29 de novembro. Zelaya e organismos internacionais ameaçaram não reconhecer o pleito.

"Nossa posição é: estamos na mesa" de negociação, disse à Reuters Vilma Morales, que representa o governo de Micheletti, que até agora se nega a restituir Zelaya ao poder.

A restituição de Zelaya, que voltou clandestinamente ao país há um mês e se abrigou na embaixada brasileira, é o principal impedimento para um acordo no terceiro país mais pobre da América Latina.

Zelaya foi deposto por militares e expulso do país por supostamente violar a Constituição na tentativa de fazer um referendo sobre sua reeleição.

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