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Protesto contra o governo de Porfirio Lobo Sosa, em Tegucigalpa | Gustavo Amador/EFE
Protesto contra o governo de Porfirio Lobo Sosa, em Tegucigalpa| Foto: Gustavo Amador/EFE

Política

Zelaya quer eleger a mulher para presidente

O ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya comentou recentemente em entrevista que não pretende concorrer à Presidência do país em 2013. Sua aposta para o pleito é a esposa, Xiomara de Zelaya.

Depois do exílio na República Dominicana, o hondurenho voltou a morar em Tegucigalpa.

Em 2009, ele foi deposto acusado de tentar alterar a Constituição do país para conseguir se reeleger.

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Desde a queda do presidente Manuel Zelaya, em 2009, Honduras tem apresentado altos índices de violência. É considerado um dos lugares mais perigosos para jornalistas – 23 foram assassinados nos últimos três anos. Além disso, cerca de 60% da população vive na pobreza.

A instabilidade do país também atinge a economia, pois o governo de Porfirio Lobo Sosa, em Tegucigalpa, enfrentou longas greves na saúde e a falta de investimento nas indústrias locais. A revista norte-americana Foreing Affairs avaliou que a política hondurenha caiu nas mãos da corrupção. E o pior: com apoio financeiro dos Estados Unidos.

Um exemplo é o investimento de US$ 15 milhões do governo de Obama na criação de empresas num controverso projeto de cidades-modelo proposto por Sosa. Considerado inconstitucional pela Suprema Corte de Honduras na semana passada, a proposta previa sistemas tributários próprios para cada região do país – sob a desculpa de que a iniciativa ajudaria no desenvolvimento econômico da região.

O projeto de cidades-modelo denuncia o vínculo do governo de Tegucigalpa aos grandes empresários. "A população tem muita desconfiança do presidente desde­­ o golpe. Eles esperam que a­­­­­­­­ situação se reverta em 2013, com as eleições", diz Fá­­bio­­­­ Borges, professor de Re­­­­la­­ções Internacionais da­­ Uni­­versidade Federal da­­ In­­te­­­­gra­­ção Latino-Ameri­­ca­­na (Uni­­la).

A preocupação do governo americano com Honduras envolve essas relações comerciais. Pouco depois do golpe, em que Zelaya passou meses refugiado na embaixada do Brasil, os EUA reconheceram a legitimidade do governo de Sosa. As relações comerciais vieram na rabeira.

"Zelaya era próximo da Venezuela e os americanos temiam isso. Então quando ele caiu foi melhor", explica Borges. O que piorou foram as condições de vida da população que precisa viver em um país inseguro e instável na política e na economia.

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