Os protestos pró-democracia em Hong Kong, um dos principais centros financeiros da Ásia, são vistos como o maior desafio à autoridade de Pequim desde as manifestações de 1989 na Praça da Paz Celestial (Tiananmen). Integram os protestos desde jovens estudantes a aposentados, que há dias vêm bloqueando os principais cruzamentos da área central do território e acampando diante da sede do governo local.
O principal motivo das manifestações são as mudanças propostas pela China que limitariam o número de candidatos para a eleição de 2017 do chefe executivo de Hong Kong - que também seriam pré-selecionados por Pequim. Nos últimos anos, os moradores do território, devolvido à China em 1997 depois de 156 anos como colônia britânica, vêm se preocupando cada vez mais com as tentativas de Pequim de reduzir as liberdades do modelo "um país dois sistemas", pilar da negociação da devolução de Hong Kong.
Os protestos, que continuavam ontem em Hong Kong, destacaram os ataques de Pequim à liberdade de expressão, assim como a crescente influência das autoridades chinesas no cotidiano dos 7 milhões de moradores do rico território. Os manifestantes exigem a renúncia do atual chefe executivo, Leung Chun-ying, que consideram um fantoche da China, além de poder escolher seus próprios líderes, sem a interferência de Pequim. Ontem, Leung prometeu usar de todos os meios para pôr ordem no território.
Por dias consecutivos, as forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e golpes de cassetete para dispersar os protestos, mas os manifestantes mostraram-se irredutíveis, usando de todos os meios possíveis para se proteger dos ataques, entre eles guarda-chuvas, que acabaram se tornando o principal símbolo dos protestos.
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