Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (15) em Hong Kong, em uma exibição incomum de apoio à força policial, no mesmo dia em que membros das tropas de choque entraram em conflito com manifestantes contrários ao governo, em outras partes da ilha. As manifestações concorrentes realizadas em Hong Kong expõem o profundo abismo entre campos pró e anti-establishment, esculpidos por seis meses de manifestações que abalaram e dividiram o território semiautônomo chinês.
Policiais empunhando cassetetes se espalharam em um shopping, onde os manifestantes pintaram com spray slogans de protesto no chão quebraram painéis de vidro. Observados pelos compradores, os policiais aplicaram spray de pimenta nos manifestantes e fizeram várias prisões. Grupos itinerantes de jovens vestidos de preto também apareceram em outros shoppings, gritando slogans. Em um shopping, um pequeno grupo adaptou uma música natalina em uma música de protesto e uma mulher tocou "Glory to Hong Kong", um hino de protesto, em uma gaita.
A cena era completamente diferente em um parque à beira-mar de Hong Kong, onde uma multidão fazia gestos de apoio e amor pela força policial de 30.000 soldados de Hong Kong, amplamente criticada pela mão pesada contra movimento de protesto. A manifestação ecoou a visão do governo local de que os manifestantes se tornaram inaceitavelmente violentos.
Mas, em uma manifestação antigovernamental separada realizada simultaneamente no domingo, manifestantes gritaram que o movimento de protesto não cessaria enquanto o governo de Hong Kong continuasse resistindo aos apelos por eleições completas e outras exigências. O protesto atraiu centenas de pessoas, número menor do que a manifestação pró polícia, que atraiu vários milhares.