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Efeito Pequim

Hong Kong proíbe candidaturas de ativistas pró-democracia nas eleições parlamentares

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Líder do Partido Cívico, Alvin Yeung (C), mostra seu aviso de desqualificação para as eleições parlamentares (Foto: Anthony WALLACE/AFP)

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Pelo menos 12 ativistas pró-democracia tiveram suas candidaturas barradas e não poderão concorrer nas eleições parlamentares de Hong Kong, marcadas para setembro. Opositores bastante conhecidos, como Joshua Wong e Alvin Yeung, foram informados nesta quinta-feira (30), por agentes do governo responsáveis por supervisionar o pleito, que suas candidaturas haviam sido invalidadas.

"Os agentes de retorno ainda estão revisando a validade de outras candidaturas de acordo com as leis. Não descartamos a possibilidade de invalidação de mais candidaturas", disse o governo de Hong Kong nesta quinta, alegando que tais decisões "visam garantir que a eleição seja realizada em estrita conformidade com a Lei Básica e outras leis aplicáveis ​​de maneira aberta, honesta e justa", e que "não podem ser consideradas como censura política, restrição da liberdade de expressão ou privação do direito de concorrer às eleições".

A proibição das candidaturas está diretamente ligada à nova lei de segurança nacional, imposta pelo regime comunista, sem qualquer participação da população honconguesa, em 1º de julho. Gwyneth Ho, repórter e ativista, foi impedida de participar das eleições porque a agente eleitoral considerou que ela mentiu ao dizer que não tinha se oposto à lei de segurança nacional, segundo noticiou o jornal South China Morning Post.

"Ao adotar uma expressão tão inequívoca contra a lei de segurança nacional, lança sérias dúvidas sobre se a candidata adota, promove e apoia o princípio fundamental de 'um país, dois sistemas' e, portanto, objetivamente, se tem a intenção genuína e verdadeira de defender Lei Básica no momento da nomeação", diz a carta da oficial que rejeitou a candidatura de Ho.

Além da "objeção de consciência" à imposição da lei de segurança nacional, os agentes do governo estão considerando outros motivos para barrar as candidaturas, tais como: defender ou promover a independência de Hong Kong; solicitar intervenção de governo estrangeiros nos assuntos de Hong Kong; e expressar intenção de, se eleito, barrar qualquer proposta do governo honconguês para "forçar o governo a atender certas demandas".

No caso de Joshua Wong, fundador do partido de oposição e pró-democracia Demosisto, a oficial do governo citou declarações que ele e o partido haviam feito contra a lei de segurança de Hong Kong, mesmo Wong tendo se desfiliado do Demosisto horas antes da promulgação da legislação e dito que não continuaria fazendo lobby junto aos Estados Unidos e outros países para a aplicação de sanções contra Hong Kong.

Ativista pró-democracia Joshua Wong | Foto: Anthony Wallace/AFP (Foto: AFP)

Wong, que foi o pré-candidato mais votado nas primárias informais realizadas pelos partidos de oposição em Hong Kong, disse que a decisão do governo é "um total desrespeito à vontade dos honcongueses" e "pisa no último pilar da autonomia da cidade, que está desparecendo".

"Apesar de mais de 610.000 honcongueses terem votado nas primárias de #HK, Pequim agora organizou as maiores repressões já realizadas na eleição da cidade, desqualificando quase todos os candidatos pró-democracia, de jovens grupos progressistas a partidos moderados tradicionais", escreveu no Twitter, prometendo que a resistência pró-democracia continuará em Hong Kong, apesar das interferências da China continental.

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