Ex-presidente egípcio Hosni Mubarak no tribunal para seu julgamento, no Cairo. Em uma jaula destinada aos réus, Mubarak negou as acusações de que esteve envolvido na morte de manifestantes e outras acusações de corrupção| Foto: REUTERS/Egypt TV via Reuters TV

O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak negou as acusações de que esteve envolvido na morte de manifestantes e outras acusações de corrupção em seu julgamento nesta quarta-feira.

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"Eu nego totalmente todas essas acusações", afirmou Mubarak de sua cama, onde ele está deitado dentro de uma jaula de ferro geralmente usada em julgamentos criminais no Egito.

Os dois filhos dele, Gamal e Alaa, que carregavam cópias do livro sagrado muçulmano Alcorão, também negaram acusações.

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Mubarak foi transportado para o tribunal em uma cama de hospital para ser julgado pela morte de manifestantes - uma imagem que exaltou aqueles que derrubaram o líder do poder e que deve ter provocado calafrios para outros autocratas árabes que enfrentam revoltas populares.

Se for condenado, Mubarak poderá enfrentar pena de morte.

O juiz Ahmed Refaat pediu silêncio ao iniciar o julgamento do ex-presidente, dos dois filhos dele, do ex-ministro do Interior Habib al-Adl e de seis ex-oficiais de alto escalão.

O executivo e ex-assessor de Mubarak, Hussein Salem, está sendo julgado "in absentia" (na ausência).

"Precisamos que as pessoas mantenham a ordem e permaneçam sentadas para que possamos realizar nosso trabalho e para que a justiça tome seu rumo", disse o juiz no início do julgamento. "Todos nós enfrentaremos Deus com corações honestos e é isso que esperamos. Que Deus nos ajude."

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Mubarak, de 83 anos, foi derrubado em fevereiro depois de 18 dias tumultuosos de um protesto popular. Um conselho militar assumiu o poder, prometendo uma transição à democracia - um processo que está longe de ser concluído.

Advogados de Adli pediram ao chefe do conselho, o marechal Mohamed Hussein Tantawi, outras autoridades políticas, militares e de segurança para serem convocadas como testemunhas no julgamento, pouco antes do juiz anunciar um recesso.

Alaa e Gamal Mubarak, vestindo roupas brancas destinadas aos réus, estavam de pé ao lado do pai. Gamal, que já foi considerado para a Presidência do país, inclinou-se para conversar com o pai, que tinha um suporte com um soro ao lado dele.

Acusações incluem desde conspiração para matar manifestantes ao abuso de poder para acumular riquezas.

O julgamento, televisionado para o mundo, cativou os egípcios e outros árabes, a maioria que passou suas vidas sob sistemas autoritários, abalados neste ano por uma onda de revoltas.

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Segundo a agência de notícias estatal, depois do encerramento da sessão no tribunal, Mubarak deve permanecer hospitalizado no Cairo.