Há cerca de dez anos, o lugar era ocupado por um movimentado mercado de frutas e verduras, mas desde então tenha ficado em desuso| Foto: EFE/Abir Sultan
Assim como nos modernos hospitais, o edifício estava dividido em diferentes asas e departamentos segundo a natureza das doenças e condição dos pacientes
De acordo com a pesquisa, a estrutura descoberta é apenas uma pequena parte do que foi o grande hospital
Sua arquitetura é caracterizada por vários pilares e abóbadas de mais de seis metros

Arqueólogos israelenses descobriram na velha Jerusalém uma estrutura de grandes dimensões que pertencia a um hospital do período das Cruzadas há cerca de mil anos, que era muito movimentado e abrigava até 2 mil pacientes.

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É o que informa nesta segunda-feira (5) em comunicado a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI), que realizou as escavações e encontrou uma galeria de arcos, de até seis metros de altura, do período das Cruzadas (1099-1291 d.C.).

O edifício, propriedade do Waqf, a autoridade de bens inalienáveis islâmicos, está situada no coração do bairro cristão da cidadela antiga de Jerusalém, em uma área conhecida como "Muristan".

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Há cerca de dez anos, o lugar era ocupado por um movimentado mercado de frutas e verduras, mas desde então tenha ficado em desuso.

De acordo com a pesquisa, a estrutura descoberta é apenas uma pequena parte do que foi o grande hospital que parece abranger uma área que compreende um hectare e meio.

Sua arquitetura é caracterizada por vários pilares e abóbadas de mais de seis metros, o que sugere que foi uma ampla estadia composta por pilares, quartos e pequenas salas.

Os coordenadores da escavação, Renee Forestany e Amit Reem, pesquisaram documentos da época para conhecer a história do centro ambulatório.

"Aprendemos sobre o hospital por documentos históricos contemporâneos, a maior parte em latim", contam, e explicam que os textos mencionam a existência de um sofisticado hospital construído por uma ordem militar cristã denominada "Ordem de San Juan do Hospital em Jerusalém".

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Seus integrantes prometeram cuidar e atender os peregrinos na Terra Santa, e quando fosse necessário somar-se aos combatentes cruzados como unidade de elite.

Assim como nos modernos hospitais, o edifício estava dividido em diferentes alas e departamentos segundo a natureza das doenças e condição dos pacientes, e em situações de emergência podia ter capacidade de tratar 2 mil pessoas.

Os integrantes da ordem atendiam homens e mulheres doentes de diferentes religiões e também acolhiam recém-nascidos abandonados pelos pais.

Os órfãos eram atendidos com grande dedicação e, quando adultos, passavam a integrar a ordem militar, diz o comunicado.

A AAI destaca, no entanto, que quanto à medicina e à higiene, os cruzados eram ignorantes, e como exemplo cita um depoimento da época relatando que um médico amputou a perna de um cavaleiro por uma pequena ferida infectada, levando o paciente à morte.

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Grande parte do edifício desmoronou durante um terremoto em 1457 e suas ruínas ficaram sepultadas até o período Otomano.

Na Idade Média, parte da estrutura foi usada como estábulo e foram encontrados ossos de cavalos e camelos.