A Força Aérea Brasileira informou ontem que o hospital de campanha da Aeronáutica já funciona no Haiti para atender as vítimas do terremoto. Apesar da baixa procura, alguns haitianos já foram beneficiados. Na noite de domingo, uma mulher de 37 anos passou pela primeira cirurgia realizada na unidade, que possui 48 militares brasileiros da área de saúde.
"Ela sofreu uma cirurgia de amputação de um pé e permanece na unidade. Também temos 40 militares distribuídos em equipes de resgate para socorrer as vítimas em Porto Príncipe. Eles buscam as pessoas para levá-las até o hospital. Ao chegar na unidade é realizada uma triagem", afirmou à reportagem o capitão da comunicação social da base aérea do Galeão, Isaías Lopes dos Santos Junior.
Amputação
De acordo com a FAB, a haitiana que precisou amputar o pé ficou ferida após ser atingida por um muro de uma igreja. A vítima também perdeu uma filha de três anos de idade no terremoto.
O hospital de campanha foi enviado pelo governo brasileiro na semana passada. Devido a problemas com o tráfego aéreo, o equipamento e a equipe médica só desceram em Porto Príncipe no último sábado. No domingo, o hospital já começou a atender os primeiros pacientes.
A FAB informou que a unidade foi montada em uma área ao lado da base brasileira na capital haitiana, que fica a 10 km do centro da cidade. Segundo a Aeronáutica, além de médicos e enfermeiros, a equipe do hospital conta com farmacêuticos e dentistas.
A expectativa dos militares é que o hospital consiga atender entre 300 e 400 pessoas por dia. A estrutura conta com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), centro cirúrgico, equipamentos de raio- x, laboratórios e espaços para atendimento ambulatorial.
Água
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, que coordena as ações brasileiras de assistência ao Haiti, foi informado ontem que as primeiras avaliações técnicas no local apontam que o terremoto de magnitude 7 do último dia 12 que devastou o país não prejudicou os lençóis freáticos da região, o que deve facilitar o reabastecimento de água.
Segundo o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), a informação foi repassada ao Brasil porque havia uma disposição do governo de enviar equipamentos para facilitar a perfuração do solo.
"O presidente tinha aventado a possibilidade de encaminhar máquinas de perfuração para o Haiti, mas um relatório que se recebeu mostra que os reservatórios de água estão conservados", disse.
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