O movimento rebelde xiita dos houthis ameaçou nesta sexta-feira (31) criar um conselho de salvação nacional para administrar os assuntos do Iêmen caso os partidos políticos não formem um novo governo nos próximos dez dias.
"Outorgamos ao presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, um prazo de dez dias para concluir a formação de um governo. Caso contrário, será convocada outra reunião de tribos para anunciar a decisão de criar o conselho nacional para salvar o país", ameaçou o líder tribal Feras Hasan em discurso em uma reunião houthi, realizada na capital iemenita, Sana.
A formação do novo Executivo iemenita atrasou por conta das diferenças que os partidos políticos mantêm sobre as partes de cada um deles nos ministérios.
No encerramento da reunião tribal, qualificada pelos houthis como de "sábios do Iêmen", foi divulgado um comunicado no qual destacavam que "prosseguem com o processo de mudança". Por isso, anteciparam a formação de "comitês revolucionários em todas as províncias do país para proteger as instituições do Estado".
Além disso, ameaçaram na nota manter "todas as opções abertas para preservar as conquistas revolucionárias que a revolução de 21 de setembro (desse ano) colheu".
Participaram da reunião dezenas de oficiais do exército iemenita, que são partidários dos houthis, também conhecidos como "Ansar Alá" (Seguidores de Alá). Eles gritavam palavras de ordem, como: "Nossa revolução continua", "Iêmen permanecerá livre" e "Preferimos morrer para que viva Iêmen".
Este ultimato por parte dos houthis ocorre depois que na noite do domingo passado o líder iemenita pediu ao movimento xiita que retirasse seus milicianos da capital e outras províncias do Iêmen, e que cessasse sua expansão pelo país. Em discurso transmitido pela TV, Abdo Rabbo Mansour Hadi pediu aos houthis para recuar com seus milicianos "imediatamente e sem demora", cumprindo com o Acordo de Paz e Associação Nacional.
Este acordo foi assinado entre o movimento xiita e a presidência iemenita em 21 do mês passado, depois que os rebeldes houthis invadiram o Sana e tomaram o controle de sedes governamentais.
Apesar dos houthis assinarem o acordo de paz, que estipula a retirada de seus milicianos de Sana e outras cidades e a formação de um governo de consenso, o movimento xiita continuou se expandindo.
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