No discurso de abertura da reunião de chefes de Estado do Mercosul, a presidente argentina Cristina Kirchner falou que o processo que resultou no impeachment do presidente paraguaio Fernando Lugo, na semana passada, deu ao encontro em Mendoza uma importância extraordinária.
Neste momento, os presidentes dos países sul-americanos participam da reunião fechada no Hotel Interamericano, em Mendoza, para deliberar sobre temas de interesses aos integrantes do bloco. O tópico mais controverso desta edição do evento é, sem dúvida, as punições a serem aplicadas contra Assunção em resposta às manobras que tiraram Lugo do poder.
Cristina se declarou contra sanções econômicas, como fizeram os chanceleres na quinta-feira. "Não acreditamos nas práticas de sanções econômicas, elas não punem governos, punem os povos. Devo dizer isso para evitar qualquer tipo de manipulação com relação ao caminho a seguir. Quero deixar claro, em nome da República da Argentina, que não aceitaremos sanções econômicas ao Paraguai", afirmou a presidente.
Ainda durante o discurso que antecedeu o evento mais importante da cúpula do Mercosul, Cristina citou os passos que um processo político deveria seguir uma crítica à velocidade com que Lugo foi julgado e ao pouco tempo dado ao então presidente para montar a sua defesa: duas horas.
"Meu país crê que houve uma ruptura de ordem democrática na República do Paraguai. Não há no mundo um juízo político ou de qualquer outra natureza que leve duas horas. Um dos pilares da civilização, já não estou falando de Mercosul, mas do mundo ocidental, é a garantia de que todo cidadão tem o direito a um processo justo", disse.
Antes de passar a palavra para a presidente Dilma Rousseff, a imprensa somente fotógrafos e câmeras tiveram de deixar a sala no Hotel Interamericano para que a reunião continuasse. Elas ocorrem com portas fechadas.
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