A política de governo da Venezuela é controlar os meios de comunicação independentes e o sistema judiciário com o objetivo de silenciar vozes opositoras, denunciou neste domingo, no Cairo, a ONG internacional Human Rights Watch (HRW).
Durante a apresentação de seu relatório mundial na sede do Sindicato de Jornalistas da capital egípcia, a diretora de comunicação da ONG, Emma Daly, afirmou que a imprensa da Venezuela é "vulnerável" e a Justiça do país está "comprometida" com as autoridades.
Daly disse à Agência Efe que, embora a Venezuela tenha votação para cargos eletivos, "uma democracia viva e aberta requer não apenas eleições livres, mas também um Estado de Direito e instituições que possam apoiá-lo e reforçá-lo".
Quanto à mídia venezuelana, Daly disse que o governo do presidente Hugo Chávez mostrou "uma política de atacar a imprensa independente com qualquer lei que possa utilizar e com normas para calar as vozes contrárias ao governo".
A diretora de comunicação da HRW destacou também a importância de "como o sistema judiciário está sendo controlado" e afirmou que a independência deste "diminui ano após ano".
Segundo o relatório, "o enfraquecimento do sistema democrático da Venezuela sob o mandato de Chávez contribuiu para uma precária situação dos direitos humanos".
Para a HRW, que foi expulsa da Venezuela em 2008 por criticar o governo Chávez, as autoridades de Caracas abalaram sistematicamente os direitos à liberdade de expressão e de associação dos trabalhadores, assim como a capacidade dos ativistas de proteger os direitos humanos.
Entre outras violações de direitos humanos no país, a ONG destaca os abusos policiais e a impunidade, assim como as condições deploráveis das prisões e o alto número de mortes devido à violência entre os detentos. EFE
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”