O presidente chinês, Hu Jintao, procurou convencer na quinta-feira parlamentares norte-americanos, muitas vezes hostis, de que a China é um agente de crescimento e não uma ameaça ao poder dos Estados Unidos, durante uma visita de Estado que busca diminuir as divergências entre as duas principais economias do mundo.
Depois de um encontro com o presidente norte-americano, Barack Obama, na quarta-feira, Hu ouviu bastante sobre propriedade intelectual, direitos humanos e Coreia do Norte no terceiro dia de sua visita de quatro dias.
Aparentemente, porém, a política cambial não estava no foco imediato dos parlamentares. O tema tem sido uma dos mais problemáticos nas relações entre os dois países e foi abordado duramente por Obama em sua conversa com Hu.
O presidente chinês encontrou-se com o republicano John Boehner, o novo presidente da Câmara dos Deputados, antes de ir ao Senado conversar com o líder da maioria democrata, Harry Reid, o presidente do Comitê de Relações Exteriores, John Kerry, e com os republicanos peso pesados John McCain e Richard Lugar.
"Em nosso encontro, tratamos de alguns desses desafios, incluindo a necessidade de proteções mais firmes à propriedade intelectual na China e de conter o comportamento agressivo da Coreia do Norte", disse Boehner num comunicado após o encontro, acrescentando que o tema dos direitos humanos esteve no centro da conversa.
"Os líderes chineses têm a responsabilidade de fazer melhor e os Estados Unidos têm a responsabilidade de fazer com que prestem conta."
Os analistas têm considerado a visita de Hu Jintao a Washington a mais significativa já realizada por um líder chinês em 30 anos, dado o poderio militar e diplomático crescente da China.
Salientando a importância da China para a economia global, os dados de quinta-feira apontaram que o crescimento anual do país acelerou no quarto trimestre do ano passado, chegando a 9,8 por cento, contrariando as expectativas de desaceleração.
A visita de Hu ao Congresso o colocou diante do turbulento cenário da política norte-americana, onde os parlamentares podem pressionar os líderes partidários para que exijam ações mais duras contra as práticas comerciais chinesas percebidas como injustas e as violações aos direitos humanos.
Os parlamentares de ambos os partidos ameaçaram punir a China com novas tarifas e, embora nenhuma lei do tipo tenha sido aprovada, isso segue como uma possibilidade, enquanto os eleitores reclamam da lentidão da recuperação econômica dos EUA e do desemprego, que supera os 9 por cento.
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