Um "monstro magnético" que assombrava os astrônomos há anos acaba de ter sua existência explicada com imagens do Telescópio Espacial Hubble. O trabalho divulgado nesta semana resolve o mistério que envolvia os imensos tentáculos coloridos vistos em volta da NGC 1275, uma gigantesca galáxia elíptica relativamente próxima (em termos astronômicos) da nossa Via Láctea.
Esses filamentos coloridos de gás surgem quando a atividade energética perto do buraco negro localizado no centro galáctico "sopra" bolhas de material cósmico para a área ao redor da galáxia. Essa é a única manifestação visual que sai de uma complexa relação entre o buraco negro e o gás do aglomerado de galáxias. E uma peça-chave para entender como um buraco negro afeta tudo que está ao seu redor.
As primeiras imagens das faixas de gás que formam esses filamentos foram obtidas pela equipe liderada por Andy Fabian, da Universidade de Cambridge, com a ajuda do Hubble. Apenas uma delas tem um milhão de vezes mais massa que o nosso Sol. Embora tenham apenas cerca de 200 anos-luz de largura, podem se estender por até 20 mil anos-luz de comprimento.
Antes das imagens, os cientistas tinham dificuldade de entender como estruturas tão delicadas conseguiam sobreviver em um ambiente tão hostil por mais de 100 milhões de anos. Pelo que sabíamos, elas deveriam ter se aquecido e evaporado ou então colapsado e virado estrelas.
Agora, a equipe de Fabian afirma, na edição desta semana da revista científica britânica "Nature", que campos magnéticos mantêm esse gás no lugar e servem como proteção para evitar um colapso.
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