O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, foi recebido com honras de Estado nesta terça-feira na Venezuela, onde reiterou sua adesão à luta "antineoliberal e antiimperialista" que Caracas e Havana empreendem, em relação aos Estados Unidos. Antes da recepção calorosa, o presidente Hugo Chávez disse que os líderes latino-americanos estão formando um "eixo do bem".

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- Não tempos novos. Estamos num milênio que será para os povos, não para o Império. Nós nos somamos à tarefa de Fidel (Castro) em Cuba e Hugo (Chávez) na Venezuela para dar resposta às necessidades das maiorias nacionais - disse Morales, num contato improvisado com jornalistas.

O presidente eleito chegou de La Paz por volta das 9h50m, num Airbus da Cubana de Aviación. Ele foi recebido na pista pelo presidente Hugo Chávez e pela maioria dos membros de seu gabinete.

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Morales desceu do avião, mas Chávez o levou novamente para dentro da aeronave, onde permaneceram por dez minutos.

Depois, em mangas de camisa, recebeu as honras de chefe de Estados.

Morales disse que está incorporando "a luta antineoliberal e antiimperialista" para libertar o povo boliviano e os povos latino-americanos".

- Vamos mudar a Bolívia - disse o presidente eleito.

Chávez disse que os dois discutiriam questões de energia e as reformas sociais planejadas por Morales.

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- Sabe quem é o eixo do mal? Washington e seus aliados no mundo, que ameaçam, que invadem, que matam e assassinam. Estamos formando um eixo do bem - disse Chávez antes de se encontrar com Morales.

Em seguida os dois líderes visitaram o panteão nacional em Caracas e depositaram flores no túmulo do herói indígena Guaicaipuro.

Antes de ir para Caracas, Morales reuniu-se com o enviado americano a La Paz, David Greenlee, e os dois reiteraram a importância da democracia na região e do combate às drogas, afirmou o partido MAS, do presidente eleito, num comunicado.

Morales, um índio aymara, é o primeiro presidente indígena no país mais pobre da América do Sul. Ele terá de governar uma nação profundamente dividida entre a maioria indígena das montanhas do Oeste e as elites ricas que exigem mais independência para as províncias do Leste, que possuem reservas de gás natural.

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