Nicolás Maduro mostrou na tevê venezuelana um documento que teria sido recém-assinado por Chávez| Foto: Miraflores Palace/Handout/Reuters

O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite da última sexta-feira que Hugo Chávez passa por tratamentos complementares e está no "melhor momento" após a quarta cirurgia para retirada de um câncer na região pélvica, realizada em dezembro.

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Chávez está internado há 45 dias em um hospital de Havana após a operação contra um tumor, que tenta eliminar desde junho de 2011. Desde então, não faz aparições públicas e as poucas informações sobre seu estado de saúde são reveladas pelo governo venezuelano.

Ao voltar de Cuba, Maduro disse que o presidente está otimista com os resultados do tratamento. "Ele tem muita fé no que estamos fazendo e está apegado a Jesus e à vida".

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Na transmissão da chegada, feita pelo canal estatal VTV, o vice-presidente mostrou uma série de documentos assinados por Chávez, como prova de que ele está dirigindo o país mesmo internado em Cuba. O conteúdo das medidas referendadas pelo mandatário será conhecido nos próximos dias.

Maduro ainda transmitiu mensagens do presidente à população. Chávez pediu que os venezuelanos "não baixem a guarda em relação à conspiração permanente do imperialismo e o ódio dos inimigos da pátria" e disse que deve enfrentar o que chamou de "mentira da direita internacional com a verdade permanente".

Nesse ponto, Maduro fez referência à foto falsa publicada na quarta-feira, 23, pelo jornal espanhol El País, que foi atribuída ao presidente, mas que era de um vídeo médico publicado no site YouTube em 2008. Na ocasião, o jornal pediu desculpas pela publicação, mas a Venezuela disse que vai processar judicialmente a publicação.

Por fim, Chávez agradeceu o afeto e o carinho demonstrado pela população venezuelana nas manifestações feitas para apoiar o chefe de Estado.

Problema político

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Apesar de ter delegado poder ao vice, Nicolás Maduro, com autorização da Assembleia Nacional, Chávez não tomou posse para o seu quarto mandato como presidente, que começou no dia 10. Ele foi empossado após decisão da Casa Legislativa e do Tribunal Supremo de Justiça, que reconheceram sua reeleição.

A decisão judicial causou insatisfação em setores da oposição, que consideraram o cargo vago por causa da internação de Chávez e pediram a posse do presidente da assembleia, Diosdado Cabello, e a convocação de novas eleições 30 dias após a data de posse.

Mesmo com o reconhecimento de adversários como o governador e ex-presidenciável Henrique Capriles, os opositores ainda apresentaram recurso à Organização dos Estados Americanos (OEA), que considerou a investidura legal.