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América do Sul

Hugo Chávez modera o tom ao falar de reforma constitucional

Brasília – Depois de avisar que iria mudar a constituição para garantir a reeleição indefinida na Venezuela, o presidente Hugo Chávez amenizou, durante a visita a Brasília, ontem e anteontem, as declarações sobre a suposta proposta de se perpetuar no poder. Em entrevista concedida durante a visita a Brasília, ele disse que um homem não impõe um projeto pessoal ao país. Ao deixar o Palácio da Alvorada onde jantou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, Chávez disse que, se a mudança constitucional for realidade algum dia, será por uma decisão do povo. "A constituição foi aprovada em referendo nacional pelos venezuelanos e qualquer mudança tem que ser por consulta popular."

Chávez está no poder desde 1998, quando venceu a primeira eleição na Venezuela. Em abril de 2002, ele sofreu um golpe de Estado, que durou apenas 48 horas. Com a vitória nas urnas no último domingo, ele terá mandato até 2011.

Na reunião de ontem, Lula e Chávez decidiram aprofundar as discussões sobre a construção do gasoduto do Sul – projeto de integração da América Latina que deve interligar cinco países do continente. Técnicos dos dois países vão se reunir em janeiro para dar continuidade às reuniões sobre o assunto.

Chávez também mostrou apoio a Lula ao afirmar que o Brasil terá um crescimento "vertiginoso’’ nos próximos anos.

"O Brasil tem muito mais potencial que a Venezuela, é uma das maiores economias do mundo. A Venezuela tem 12 trimestres consecutivos crescendo a mais de 10%. Neste ano tínhamos dito 5%, mas vamos terminar em mais de 10%. O Brasil pode muito mais. Tenho certeza. Lula colocou o Brasil para crescer de novo’’, afirmou o venezuelano.

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