O candidato presidencial Ollanta Humala, que disputa o segundo turno das eleições do Peru, vai incorporar à sua equipe técnicos que o ajudem a afastar temores de que não seria a pessoa indicada para manter o modelo econômico do livre mercado que vem dando bons resultados ao país.

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Apesar de ter abrandado o discurso radical de esquerda que inquieta os mercados financeiros, o militar da reserva ainda tenta convencer quase metade dos eleitores -- que optaram por outros candidatos no primeiro turno -- que respeitará as políticas que têm feito do Peru um dos países de maior crescimento do mundo.

Humala ganhou o primeiro turno eleitoral com 31,7 por cento dos votos. Ao não conquistar mais da metade dos eleitores, porém, precisará definir a presidência no segundo turno com a deputada favorável ao livre mercado Keiko Fujimori, que ficou em segundo na primeira eleição com 23,5 por cento das preferências.

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Um dos principais assessores do candidato nacionalista, Salomón Lerner, disse que Humala incorporará nesta segunda-feira técnicos que apoiaram o ex-presidente Alejandro Toledo, o quarto mais votado no primeiro turno e considerado moderado.

"A coincidência mais importante é que queremos seguir crescendo, mas com redistribuição da riqueza, creio que isso que afirmam Toledo e Humala é a importância básica de qualquer entendimento", disse Lerner à rádio local RPP.

Entre as personalidades que colaboraram com o partido de Toledo e agora vão se somar ao projeto de Humala estão os reconhecidos economistas Kurt Burneo e Oscar Dancourt, respectivamente ex-presidente do Banco de la Nación e ex-presidente do Banco Central de Reserva.

O Peru registra um grande crescimento econômico desde o início da década em razão do forte investimento privado em setores fundamentais, como mineração e energia, e de uma política de livre mercado e comércio com o mundo, segundo analistas.

No entanto, a pobreza atinge 10 milhões de peruanos entre os quase 30 milhões de habitantes do país.

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"Creio que as personalidades que vão se apresentar representam um espectro muito importante tanto na questão econômica, de defesa da democracia, de luta contra a corrupção, que no âmbito geral são pessoas que não estão catalogadas em um tipo de esquerda ou direita", disse Lerner.

Na semana passada, a bolsa peruana acumulou perdas de 8 por cento em razão das incertezas dos investidores com relação às candidaturas, principalmente com a de Humala.