O nacionalista Ollanta Humala, o ex-presidente Alejandro Toledo e a parlamentar Keiko Fujimori são os candidatos mais bem colocados para definir a eleição presidencial no Peru, disse na segunda-feira o diretor do importante instituto de pesquisas Ipsos-Apoyo.

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Em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit, Alfredo Torres afirmou também que no segundo turno eleitoral, que deverá ocorrer em junho, pesará o grau de rejeição dos eleitores contra cada candidato. Atualmente, os níveis maiores são de Humala e Fujimori.

"Atualmente, Humala talvez seja o que tenha melhor chance, porque vem de uma tendência crescente; no caso de Toledo, suas possibilidades dependem de seu sucesso em ressurgir, digamos, porque ele vem caindo", disse Torres na entrevista.

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Humala, um esquerdista de 48 anos que moderou seu discurso radical contra o livre mercado, chegou pela primeira vez à liderança nas pesquisas de intenção de votos para a Presidência do Peru no fim de semana.

A sondagem confirma a volatilidade dos eleitores e prenuncia uma disputa acirrada com outros quatro candidatos nas eleições de 10 de abril.

O líder nacionalista apareceu na frente da pesquisa da Ipsos-Apoyo com 21 por cento, destronando Toledo, de 65 anos, que caiu para o segundo lugar com 20 por cento, depois de ter liderado as pesquisas de intenção de voto desde o início do ano.

O terceiro lugar ficou para a legisladora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori -- atualmente preso por abusos aos direitos humanos --, com 19 por cento. A política de 36 anos é a candidata cuja intenção de votos manteve-se quase estável em todas as pesquisas.

"A outra possibilidade é de que Keiko Fujimori consiga passar para o segundo turno, na medida em que ela tem um voto muito duro, em torno de 20 por cento", disse Torres, após um debate sobre as pesquisas eleitorais com mais de 70 operadores de mesa de dinheiro de bancos locais e estrangeiros por meio de um serviço de conversações online da Reuters.

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A ascensão de Humala nas pesquisas inquietou os mercados peruanos, pois, apesar de o candidato ter moderado seu antigo discurso radical, ele ainda é temido pelos investidores.

Torres disse que Humala busca afastar-se da imagem que teve durante as eleições de 2006, quando foi apoiado pelo mandatário esquerdista venezuelano Hugo Chávez.

"Está claríssimo que ele (Humala) quer copiar o estilo (do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio) Lula da Silva e nessa linha sua estratégia é se apresentar como um homem moderado de amplo apelo", afirmou o especialista.

"Vamos ver se o temperamento não o trai."