A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou neste domingo a violação da liberdade de expressão e de reunião no Egito durante o governo da Junta Militar, que assumiu o poder após a queda do presidente Hosni Mubarak.

CARREGANDO :)

Em comunicado, a HRW afirmou que o exército e a polícia dispersaram com uso da força manifestações pacíficas. Além disso, blogueiros foram detidos por criticar os militares.

A organização exige que os dirigentes da Junta tomem medidas para melhorar a segurança no país e protejam os direitos dos cidadãos. A HRW pede ainda que os militares cancelem as leis de emergência que permitem prisões sem julgamento.

Publicidade

Além disso, a instituição recomendou o fim do assédio aos blogueiros e que a população possa se reunir para fins pacíficos. "Os egípcios precisam se sentir seguros quando forem votar, além disso, precisam saber que podem criticar as autoridades e serem protegidos pelas forças de segurança", disse o diretor para o Oriente Médio da HRW, Joe Stork.

Segundo a organização, desde que a Junta Militar assumiu o poder o direito dos egípcios se reunirem foi limitado, com decretos que proíbem greves e manifestações que ocupem locais públicos.

O HRW denunciou também que os militares e a polícia usaram força excessiva contra manifestantes em pelo menos sete ocasiões, que não foram devidamente esclarecidas.

A organização documentou ainda situações nas quais as forças de segurança permitiram e até incentivaram o confronto armado entre civis. O exército também teria usado, segundo a HRW, balas de verdade para atacar a população, o que causou a morte de 41 pessoas nos conflitos da semana passada.

Em relação às violações da liberdade de expressão, a HRW afirmou que pelo menos nove ativistas e jornalistas foram levados a julgamentos militares por criticar o Conselho Supremo das Forças Armadas.

Publicidade

A organização denunciou ainda que ativistas sofreram torturas, mas ninguém foi punido por isso. Grupos de direitos humanos do Egito denunciaram que pelo menos 12 mil civis foram levados à Justiça Militar.