Os seres humanos precisam colonizar planetas de outros sistemas solares, chegando até ali por meio de propulsores semelhantes aos da série ``Jornada nas Estrelas'', para não serem extintos, afirmou na quinta-feira o renomado cosmólogo britânico Stephen Hawking.
Referindo-se a teorias complexas e à velocidade da luz, Hawking, que é professor de física da Universidade Cambridge, afirmou à rádio BBC que avanços teóricos poderiam revolucionar a velocidade das viagens espaciais, transformando tais colônias em uma realidade.
``Cedo ou tarde desastres como a colisão de asteróides ou uma guerra nuclear podem eliminar todos nós'', disse Hawking, que ficou paralisado devido a uma doença muscular surgida quando ele tinha 21 anos e que fala por meio de um sintetizador de voz computadorizado.
``Mas, se conseguirmos nos espalhar pelo espaço e criar colônias independentes, nosso futuro está garantido'', afirmou o físico, que deve receber o mais antigo prêmio científico do mundo, a medalha Copley, na quinta-feira, da Sociedade Real da Grã-Bretanha.
Entre os que já receberam esse prêmio estão Albert Einstein e Charles Darwin.
A fim de sobreviver, a humanidade teria de se aventurar rumo a planetas habitáveis que orbitam outras estrelas. Mas os foguetes tradicionais, alimentados por combustíveis químicos e que levaram o homem à Lua, demorariam 50 mil anos para chegar a esses locais, disse.
Hawking, 64, que tem três filhos e que raramente concede entrevistas, sugeriu que um tipo de propulsor como o usado pela espaçonave Enterprise, da série ``Jornada nas Estrelas'', poderia solucionar o problema, permitindo ao homem ``chegar a lugares onde nunca esteve antes''.
``A ficção científica criou a idéia da warp drive (viagem por meio de dobra espacial), que permite a alguém chegar instantaneamente a seu destino'', afirmou o cientista, autor do best-seller ``Uma Breve História do Tempo''.
``Infelizmente, isso violaria a lei científica segundo a qual nada pode viajar mais rápido do que a luz.''
No entanto, usando a ``aniquilamento matéria/antimatéria'', poderiam ser alcançadas velocidades um pouco inferiores à da luz, o que tornaria possível chegar à próxima estrela dentro de seis anos.
``Esse não seria um período longo demais para os que estivessem a bordo'', afirmou.
O cientista também disse que gostaria de realizar uma viagem espacial, mas por meio de um veículo convencional.
``Não tenho medo da morte, mas não tenho pressa de morrer. Minha próxima meta é ir ao espaço'', disse Hawking.
E, referindo-se ao dono da Virgin, o empresário britânico que criou uma agência de viagens espaciais a fim de, a partir de 2008, levar turistas para fora da atmosfera terrestre, Hawking disse: ``Richard Branson talvez possa me ajudar.''