Pedras encontradas incrustadas na base de penhascos no sudoeste da Inglaterra mostram que os humanos primitivos viveram no norte da Europa há 700 mil anos, muito antes do que se pensava, informaram cientistas nesta quarta-feira. Sabe-se que os humanos primitivos habitaram as partes mais quentes do sul da Europa há 780 mil anos, mas pesquisadores achavam que eles não haviam se aventurado pelos Alpes em direção ao norte até 200 mil anos depois.
Apesar de nenhum vestígio humano ter sido encontrado no sedimento de Pakefield perto de Lowestoft, Suffolk, os pesquisadores afirmam que o trabalho sobre as ferramentas parecem ter sido feitas por humanos.
- Nós sabemos que havia pessoas na Grã-Bretanha nesta época - contou o professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, em uma entrevista coletiva.
Mais de 30 ferramentas foram encontradas na área onde também existem restos mortais de hipopótamos, rinocerontes e elefantes, que viveram na Inglaterra há 700 mil anos, quando o país ainda estava ligado à Europa por uma faixa de terra e quando o clima era mais quente.
- Temos um sítio com ferramentas de pederneira de 700 mil anos de idade. Isso 200 mil anos antes das evidências anteriores - disse o professor Anthony Stuart, da University College London, que relatou a descoberta na revista científica "Nature".
O sudeste da Inglaterra há 700 mil anos provavelmente era muito diferente de hoje. Os humanos primitivos viviam nas planícies aluviais de grandes rios que, mais tarde, foram destruídos pelas geleiras.
Eles dividiam seu hábitat com animais como tigres de dentes de sabre, leões, veados gigantes, mamutes e elefantes de presas retas.
As ferramentas, que eram usadas como facas e serras, foram preservadas em condição quase perfeita no sedimento deixado pelas geleiras.
Stringer disse que os humanos primitivos que as fabricaram provavelmente tinham corpo baixo e forte e eram carnívoros. As ferramentas provavelmente foram feitas com pedras de rio, já que não havia pedras locais.
Técnicas sofisticadas de definição de datas indicam que as ferramentas têm cerca de 200 mil anos mais do que outros artefatos humanos encontrados no norte da Europa.Wil Roebroeks, da Universidade de Leiden, na Holanda, descreveu a pesquisa como interessantíssima.
"A descoberta feita em Pakefield certamente vai influir sobre a compreensão que temos da ocupação humana da Europa. Mas, especialmente ao nível global, ela nos faz recordar que precisamos tomar enorme cuidado para não traduzir ausência de evidências em evidência de ausência", disse ele num comentário publicado no artigo.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião